sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Vi, e não gostei. Lula, o filho do Brasil


Assisti essa semana ao filme Lula, o filho do Brasil. Tinha lido algumas críticas a respeito, mas acho que não prestei atenção a elas ou minha opinião diverge muito com a dos jornalistas que as escreveram. Esperava um filme ótimo, e fiquei decepcionada. Na tentativa de afastar a conotação política da obra, o diretor Fábio Barreto perdeu a chance de explorar os momentos talvez mais importantes da vida de Lula.

O filme simplesmente acaba antes de o atual presidente ter se lançado candidato pela primeira vez. A história se concentra na infância e no início da vida adulta de Lula. Existem episódios bem interessantes, mas eu esperava com ansiedade para ver a trajetória recente do personagem! Em ano eleitoral, um filme sobre Lula que não pretende se envolver na campanha com certeza tropeçaria ao narrar a vida política do presidente.

Fora isso, o filme tem outros problemas - e algumas qualidades também. Entre os defeitos está o texto. Sabe aquela sensação de que tem alguma coisa errada? Quando parece que o personagem cortou o texto pela metade ou então que sua fala não se encaixa com a próxima? Senti isso em algumas cenas. Não sei dizer como eram os discursos de Lula enquanto presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, mas no longa, ele aparece gritando palavras de ordem estúpidas que, acredito eu, não teriam sido capazes de atrair quase 100 mil sindicalistas para uma única reunião.

Quanto às qualidades, destaque para as atuações de Glória Pires e de Rui Ricardo Diaz, que interpretaram Dona Lindu (mãe do presidente) e Luiz Inácio respectivamente. O ator conseguiu não só se parecer fisicamente com Lula, como também falar de um jeito muito parecido e convincente.

Talvez Lula, o filho do Brasil, seja um daqueles filmes que a gente precisa ver - até para poder falar mal, se for o caso. Mas também para conhecer melhor a história, que leva quase todo o mérito do filme.

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