sábado, 22 de dezembro de 2007

Nada de título por hoje

Se é pra viver que vivamos intensamente. Não porque os livros de auto-ajuda nos ensinaram, mas porque a sensação é verdadeira e pura. Se é pra viver que nos entreguemos a cada situação tentando não pensar nas possíveis más consequências, mas que também não sejamos tolos a ponto de achar que a vida é um conto de fadas. Contos de fadas são chatos, desinteressantes, a dor e o sofrimento não são ruins. No entanto, a vida não deve ser um estado de depressão, no qual sentimos tristeza sem razão. Vivemos pra sentir dor quando há um motivo e isso é aprendizado, é crescimento e evolução. Mas saibamos que há um limite, que sofrer não deve ser um ideal e que os exageros nos fazem mal. Apenas tenhamos consciência de que pra levantar é preciso cair primeiro. Se é pra viver, então, que sonhemos também, que sejamos ambiciosos por amor e pela alegria nossa e de quem está aí ao lado. Se é pra viver que brinquemos com as crianças e passemos nossas tardes vendo tv, se assim nos faz bem. Se é pra viver que dediquemos o melhor de nós mesmos em tudo e ainda assim que saibamos que pra nós nunca será bom o suficiente. E se é pra ser diferente do comum que isso seja o natural e que o comum não é ruim, é inerente a nós e nos faz sentir que pertencemos a algo maior. Se é pra viver que não nos sintamos mal por não saber explicar certas coisas, porque sentir e acreditar pode nos satisfazer, mas não o tempo todo. Se é pra amar que amemos sem o medo da desilução. Se é pra levar uma vida pacata, sem emoções ou mudanças, não vale a pena. Pelo menos pra nós; nós somos únicos, pode apostar.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A short hello from Canada

Quando mais do que uma pessoa me pergunta a respeito do blog, já me sinto confiante e motivada a postar novamente. O tempo é curto, mas as histórias são muitas. Não trairei a política deste blog de não ser apenas um diário virtual (até porque essa expressão não faz o menor sentido), por isso só lhes digo que a distância ensina e que pensarei em algo melhor pra escrever da próxima vez. Sem mais (ai, que frio)!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Some minutes ago I was going to eat something in the kitchen and then I remembered there was a delicious pie on the table! So, I started to eat the pie when I went to the regriterator to get some catchup, I really love it, I can't understand why.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

"Cronicando"

Certa vez uma amiga usou o termo "cronicando" para se referir ao fato de estar escrevendo um texto no gênero crônica, como um trabalho da nossa faculdade de jornalismo. "Cronicando"... Taí, gostei. Mas, o que seria "cronicar"? Não me refiro ao significado do neologismo, mas a algo mais profundo que é definir um texto como sendo uma crônica. Aliás, acho todas essas classificações que existem na língua, na literatura e no jornalismo muito perigosas. Hoje de manhã estive pensando como as palavras são perigosas. Isso mesmo, acho que as palavras são perigosas, porque as usamos de maneira displicente. Quase não costumamos nos preocupar com o sentido que elas podem adquirir. Mas, depois falo mais sobre isso, talvez num outro texto, interessa-me, por ora, tentar compreender o que faz um texto ser considerado crônica.

A questão que propus não quero que seja levada para o campo acadêmico, sei que inúmeras definições já foram desenvolvidas sobre o tema, o interessante é tentar trilhar um raciocínio próprio, sem que este precise ser inovador nem nunca antes concebido. Bom, se a crônica é um texto essencialmente autoral, quer dizer que opinião é um elemento inerente à sua construção. Até aí tudo bem, eu entendo. Lembrando que a classificação "texto autoral" é muito mais ampla e abrange outros gêneros além do que está sendo discutido aqui.

Agora, será possível enumerar os temas que as crônicas usualmente abordam? Acho que não, e isso faz delas textos livres e que a priori podem tratar dos mais variados assuntos e de inúmeras formas. Este último aspecto é também um fator que enriquece o texto do gênero crônica, a liberdade da forma. Já que, podemos encontrá-las, as crônicas, de muitas maneiras, mas dentro da prosa - pelo menos é o que sei. Uma crônica pode ser escrita apenas com diálogos, como um estória narrada ou como um texto de opinião - mas que tenha imprimido nele as concepções pessoais do autor. Aí surge mais um questionamento, porque dizer que a crônica pode ser um texto de opinião não significa chamar todo texto de opinião de crônica, já que existem os artigos, por exemplo.

Mas, então, como afirmar que isso ou aquilo é uma crônica? Não dá, e é dessa forma que eu concluo, ao menos por enquanto, minha pequena e modesta linha de pensamento sobre o tema. Não sei dizer se é possível apontar um texto como sendo crônica sem que haja divergências. Talvez a maneira mais fácil de identificar uma seja procurando aquela seção do jornal em que se lê no chapéu acima do texto: crônica.

Ai, como é boa essa tal de metalinguagem.

sábado, 6 de outubro de 2007

Fim do "anticurso" e algumas impressões que ficaram dele

Bom, o chamado "anticurso" da Caros Amigos acabou hoje. Vejo que aprendi e pensei muito durante esses quatro sábados em que frequentei a rua Fidalga, na Vila Madalena. Dentro daquela redação não muito ampla na Editora Casa Amarela muitos assuntos interessantes foram discutidos. Os oito palestrantes contribuíram imensamente não só para a formação profissional de quem ali estava, mas também nos contaram o que a grande mídia insiste em esconder.

O tema mais recorrente foi o Movimento dos Sem Terra. Minha simpatia pelo MST não é de hoje, mas depois dos depoimentos dos jornalistas da Caros Amigos eu pude entender pelo menos um pouquinho do que é o maior movimento social do Brasil. Toda aquela imagem de um grupo formado por pessoas agressivas e ignorantes que a maioria da mídia tenta nos empurrar já não faz nenhum sentido pra mim. Bom, também não posso ser ingênua a ponto de levar como certo tudo o que ouvi na Caros Amigos, mas sei que uma possível versão "verdadeira" está bem mais próxima ao que os jornalistas de lá disseram do que ao que a Folha ou a Veja publicam.

Ainda assim, não é fácil e nem "palpável" pra mim, dizer como será minha atuação nesse meio maluco que é o jornalismo. Com certeza, a mídia engajada me agrada bastante, até porque tenho dificuldades tanto em acreditar que exista objetividade como também pra colocá-la em prática nos meus textos. Mas, não quero afirmar nada por enquanto, até o final do curso eu posso estar mais bem treinada e quem sabe - eu espero realmente que isso não aconteça - o cabresto da mídia gorda ( como diz Mylton Severiano) venha a ser colocado em mim.

Ah, mas não posso deixar de comentar o presentinho que ganhamos da revista, uma charge desenhada por Claudius, com dedicatória e tudo. Po, gostei, o pessoal da Caros Amigos foi sempre muito gentil, até porque não pagamos pouco pra participar do curso!

Sem mais por hoje! haha

Bom sábado!

domingo, 16 de setembro de 2007

25 de Março: vozes na multidão

Mais uma vez um trabalho da faculdade! Este eu entreguei na última semana, torçam por uma nota razoável haha. O gênero é crônica.

Próxima estação: São Bento. Desembarque pelo lado direito do trem. Ai, não precisa empurrar, tô saindo! Compre seu bilhete comigo, Metrô e CPTM, sem filas! Trim, trim! Alô? Oi, Neusa, então, já desci aqui na São Bento, estarei no escritório em cinco minutinhos! Meu docinho, você promete que vai ficar pensando em mim o dia todo? Prometo, minha pequerrucha! Ai, cajuzinho, estou com saudade desde já; preciso ir, tchau, tchau, amo você! Ah, só mais um beijo minha florzinha! Então tá, só mais unzinho! Miguel, saída Ladeira Porto Geral, é por aqui mesmo! Nossa, Lurdes, como está cheio! Pois é, eu disse que a gente devia ter vindo mais cedo!

Fom, fom. Opa, opa! Com licença aí! Sai da frente, mané! Caiu, caiu, caiu o preço do relógio! Olha o perfume importado baratinho, madame, cada um custa 15 reais, se levar dois faço por 30! Tá com fome? “Marmitex” por dois e cinqüenta, hoje a mistura é especial: buchada de bode! Vai passar por cima, mané? Aqui não entra carro! Já saiu, já saiu! Os filmes que todo mundo vê no cinema, você pode ter em casa, 4 dvds por 10 reais, imperdível! Vai um pedaço de melancia aí? Mas mãe, eu quero o boneco do Action Man Modo de Batalha com 47 articulações e frases interativas em cinco idiomas! Ah não, Marcinho, não vou comprar aquele bicho feio, fique quieto senão a mamãe não te traz mais! Óculos de sol Dolce e Gabbana por somente 30 reais, é barato demais minha gente! Ei, patroa, venha conferir, a bolsa que a moça da novela usa, a gente tem aqui: Victor Hugo, lindíssima e igual a da Cléo Pires! Ai, como está quente aqui! Oi moça bonita, quer dar uma turbinada? Invisible BRA, o sutiã de silicone do polishop por 10 reais! Ai titia, titiaaaa! Que horror esse apito, voz insuportável, titia, titia o quê! Eu quero um desses, mãe! Nem pense nisso, Maria Eduarda! Então, seu camelô, eu só tenho 12 reais, e aí, dá pra fazer? Ah, minha senhora, por 12 não dá, sabe como é, senão a gente não ganha nada. Aqui é tudo preço de fábrica! Massagem!!! Ui, que arrepio, que é isso moço? Quanto atrevimento! Desculpe, minha senhora, mas e aí, gostou? Leve pro maridão!

Ei ei, olha o “rapa” descendo!!! O “rapa”, seu Luiz! Os “homi”, Maria! Guarde as coisas! Ai, meu Deus, alguém me ajuda! Espera aí, dona Ângela, que eu ajudo a senhora a empacotar! Ai, obrigada, meu filho, eu sempre digo, mas nunca aprendo que na minha idade é bom ter uma barraca com licença! O “rapa”? Mas cadê? Não sei, Rose, não importa, bota tudo na sacola, rápido, rápido! Ei, para que empurrar? Desculpe, desculpe. Ai olhe este colar, não posso deixar, Afonso, espere! Agora não, vamos embora! Venha, filho, fique perto de mim, cuidado com a correria! Ai, Juju, que medo, vamos sair daqui amiga!

Não é o “rapa” não, minha gente! Alarme falso! O “rapa” não tá aqui não! Pode voltar gente! Ai, ainda bem! Quem foi o bobo que inventou isso? Dou-lhe uma bordoada... Tenha calma, dona Jacira! Como calma? Quase me mata do coração, meu filho! Ah não, benhê, só preciso comprar mais algumas coisinhas, não foi nada, está tudo tranqüilo, você não ouviu o que eles disseram? Ai que sede! Que aperreio hein, seu Gilmar! Olha a água de coco, refrescante e docinha! Venha comprar guardanapos de cozinha lindos, minha amiga, são 10 por apenas oito e cinqüenta!

Com licença, seu guarda, quem é esse tal de “rapa”? Ah, minha senhora, é a polícia. Mas e o senhor é o quê? Eu sou segurança do metrô. Ah entendi, eu pensei que eles estivessem correndo por sua causa; nossa, mas é uma loucura essa tal de 25 de Março, não? Nem me fale...

Ufa! Próxima estação: Sé. Desembarque pelo lado esquerdo do trem.

"Anticurso" Revista Caros Amigos (Como não enriquecer na profissão)

Dia 1 (15 de setembro de 07)

Mylton Severiano: editor executivo da revista e responsável pela seção “Enfermaria”

A fachada estreita da editora Casa Amarela esconde um espaço agradável, peculiar e relativamente amplo. Nas paredes, muitas capas anteriores da Caros Amigos, um retrato de Che Guevara, fotos da antiga revista estadunidense Life e mais algumas outras imagens. A movimentação era pequena pouco antes do horário marcado para o início dos debates, com isso, ele foi adiado para acontecer às 13 horas e 30 minutos. Tanto os estagiários como os assistentes e todos aqueles que trabalham na revista foram muito simpáticos. O ambiente era de descontração proporcionado pelo público predominantemente jovem que ali estava.

Mylton Severiano abriu o Anticurso perguntando a ocupação de um a um da platéia. Seu depoimento foi marcado pela exposição de fatos e relatos importantes de sua trajetória no jornalismo que completará 50 anos em breve. Mylton destacou a figura do também jornalista Hamilton Almeida Filho em sua carreira, expôs sua opinião quanto ao diploma de jornalismo que, segundo ele, não deveria ser exigência para entrar no mercado e para tanto, contou algumas histórias de sua vida tentando mostrar que a profissão está mais ligada à vocação e ao talento do que à formação acadêmica. Comentou, inclusive, sobre a linha tênue que existe entre jornalismo e poesia, literatura; completando: "Ninguém pede ao poeta seu diploma de poesia não é?". No entanto, e de forma controversa, Mylton fez questão de deixar claro que não considera a formação do ensino superior perda de tempo, mas expôs um dado que mostra que apenas 12% de quem obtém a graduação em jornalismo segue a profissão. “A exigência do diploma causou a elitização da categoria”, completou Severiano.

Antes de encerrar sua palestra, Mylton mostrou um vídeo a respeito do caso da Escola Base e o grande equívoco da mídia em relação ao caso. E ainda, o jornalista contou sua experiências em mídias alternativas, iniciadas na revista Bondinho, passando pelo jornal Mais Um (1976) e pela publicação Doçura (por volta de 1980). Severiano relatou as dificuldades enfrentadas por ele e seus companheiros devido à repressão na ditadura e deixou claro sua repugnância pelo que os militares impunham à maioria da publicações que foi a censura prévia. O jornalista fechou sua participação contando o que Sérgio de Souza, também editor da Caros, disse ao convidá-lo para colaborar na revista: “Escreva sobre o que você gosta muito ou sobre o que não gosta nem um pouco”.


José Arbex Jr.: editor especial

José Arbex é um homem bastante espirituoso e agitado. Seu depoimento no anticurso foi carregado de críticas à grande mídia e ao sistema neoliberal de forma geral. Arbex apontou problemas importantes do fazer jornalístico como a insistência que certos veículos têm em considerar sua apuração imparcial e seus textos objetivos. Ele disse que a grande mídia apresenta os fatos como se fossem retratos da realidade e não aceitam ideologias e a militância, o que, para ele, é hipocrisia. O que Arbex denunciou em sua palestra é de alta relevância e por isso merecem espaço alguns trechos de seu depoimento.

“Existe liberdade de expressão no Brasil apenas formalmente”. O jornalista justificou a afirmação contando o boicote que uma distribuidora aplicou sobre o jornal com o qual trabalhou, o Brasil de Fato, publicação esquerdista produzida pelo MST. Segundo Arbex a mídia é um reflexo da desigualdade social, e por isso, só haverá modificações em sua hierarquia quando for mudada a própria organização da sociedade.

Outros pontos de vista interessantes foram expostos por Arbex, quase sempre bem-humorado e sarcástico ele se exaltava apenas ao contar o que o indigna. O jornalista apontou, por exemplo, a escolha do governo brasileiro pela tecnologia de TV digital japonesa um erro, segundo ele, o modelo oriental é um dos mais caros e menos democráticos. Ainda assim, Arbex vê com bons olhos a implantação da tecnologia digital no país. No entanto, alertou o público para o que já foi feito de forma errada pelo governo em relação à transmissões, como a empresa que cuida desse aspecto no Brasil que é Anatel, ter sido privatizada, assim como os satélites responsáveis pelo sinal que aqui chega. O jornalista foi categórico ao dizer que uma democracia da informação implica não só no direito de receber, mas também no direito de transmitir, referindo-se às concessões que o governo proporciona somente aos veículos que considera merecedores.

A identificação de Arbex com o Movimento dos Sem Terra é conhecida e vem de longa data. Tanto que o jornalista ajudou participantes do MST a montar o jornal Brasil de Fato. Dessa forma, ele pôde contribuir para uma mudança da percepção do que se pensa ser o movimento. O que a grande mídia cobre são apenas as invasões e o enfoque é dado ao caráter violento que o movimento pode adquirir - um dos aspectos que incomodam Arbex quanto ao MST - , no entanto, nada se fala sobre a organização e a magnitude dos projetos desenvolvidos dentro e fora dos acampamentos. "O MST é o primeiro movimento social com projeção nacional e conexão entre si. São esses dados que assustam e enfurecem a burguesia nacional, a questão da terra está longe de ser o principal ponto de discórdia", afirmou Arbex. O jornalista ainda explicou um pouco como funcionam as escolas dentro do movimento e a importância para eles da construção da consciência política desde a infância. Isso porque o estudo tem mais eficácia quando está aliado à mobilização prática. Desde pequenos, os garotos que vivem nos acampamentos precisam aprender como se defender e como lutar por seus direitos. "Educação formal não é igual a educação política, Hitler nasceu num país onde a educação formal é de alto padrão", completou Arbex.

Durante o debate aberto após o depoimento de Arbex, outras concepções importantes foram ditas por ele. "Quatrocentas empresas controlam a economia mudial, não há liberdade de comércio no mundo", disse ele e quando indagado sobre a relação entre poder aquisito e consumo de cultura, Arbex foi mais uma vez categórico: "Não há relação direta entre poder finaceiro e cultura, nível intelectual. O dinheiro é, na realidade, uma forma de censura." Segundo o jornalista ainda vivemos num sistema de escravidão, o que não permite o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida de toda a população. Arbex soube conduzir toda a conversa com personalidade e opiniões fortes, há o que ser contestado em suas palavras, mas a percepção que o profissional tem da sociedade e da política mundiais é simplesmente genial.

Cheguei à palestra com grande expectativa e fui embora satisfeita. O público era heterogêneo e parecia interessado no que estava sendo dito ali. É gratificante perceber que o interesse na mídia alternativa tem crescido e que opiniões diferentes têm sim seu espaço.

http://carosamigos.terra.com.br/

sábado, 8 de setembro de 2007

Expressão e escrita são maneiras de pensar e quem sabe entender

Achei este texto aqui nos rascunhos do blog... Se hesitei em publicá-lo uma vez, não o farei mais. Mesmo sabendo que tem muita coisa a ser aprefoiçada, daria um artigo legalzinho, mas nem tanto. (Ele foi escrito em setembro).
A trajetória de minha vida até aqui é parecida como vive qualquer pessoa que pertença à hamada classe média, pacata. Pensar sobre isso me ajuda a entender o modo como eu formei as concepções que tenho hoje, minha criação foi uma grande influenciadora. Não digo que meus pais estudavam comigo aspectos da política e me diziam no que acreditar, mas eles me ensinaram quão boas ou más as pessoas podem ser, que acima de tudo ajudar e repartir são acões indispensáveis. Cresci no interior do estado, brincando na rua e convivendo. Minha família, como outras que conheço, atingiu certa ascensão social para chegar onde estamos e com isso fomos mudando algumas coisas na maneira como vivemos e encaramos o mundo.


Hoje, parecem a mim muito interessantes os conceitos que chamados de esquerdistas. Não sei dizer qual é minha posição política, mas espero sabê-lo logo. Na profissão que escolhi, o jornalismo, muito se fala sobre objetividade e distanciamento, ou seja, fazer parte de um partido político, por exemplo, soa como mau exemplo de conduta. Mas todo esse papo de imparcialidade está mais do que superado, é evidente e irrefutável que toda pessoa tem seu ponto vista, até mesmo para narrar um fato comum nós colocamos nossas impressões no discurso. Então, por que ainda falam em prezar a busca pela verdade? Porque querem nos fazer acreditar que ela existe, e mais ainda, a grande mídia tenta nos convencer de que é portadora e transmissora da tão venerada “verdade”.


Dizer que não gosto da Globo ou da Veja seria clichê demais; para mim o importante é entender o que essas empresas fazem e como influenciam seus consumidores. O problema não é só atingir um público grande, pois ser acessível é qualidade. A questão é ser tendenciosa, como qualquer publicação, e ser considerada oficial. O problema é se declarar prestadora de serviços ao público, quando na verdade, a grande mídia publica o quê e da forma que interessa aos seus anunciantes e à classe social que beneficia. O problema é fazer análise e emitir opinião sutilmente e falar que se está fazendo jornalismo informativo. O problema é denunciar corrupção só quando o inimigo a pratica. E acima de tudo, o problema é ser tão canalha a ponto de cometer “atrocidades jornalísticas” sem ser notada realmente até por quem tem alguma consciência política.


Meu pai acha a Veja legal porque ela denuncia, acha o PSDB bacana porque os candidatos são bem votados e ainda assim ele é um grande e generoso homem. Por que é que a forma solidária com que ele trata a vida e as outras pessoas não pode ser aplicada à política? Por que não chega a ele uma publicação de caráter humanitário e preocupado com a igualdade social? Ele lê Veja achando que está se tornando alguém melhor e mais informado, enquanto na verdade seus ideais de bondade estão sendo comprometidos e influenciados pela revista. Gosto de acreditar que existe alguma liberdade de expressão no país, mas não sei dizer o que é preciso ser feito para que meu pai passe a ler a Caros Amigos, o Brasil de Fato, ou quem sabe algum site como o Mídia Independente ou o Carta Maior. Não sei o que fazer para explicar-lhe o que está sendo feito com suas concepções pouco a pouco.


Eu penso que a grande mídia mente e nos distrai muito; porque enquanto nós ficamos aqui tentando apontar culpados no mensalão que sejam do PT, muita cultura e informação é perdida e deixada de ser absorvida - é claro que a questão é ainda maior, mas esse poderia ser um argumento. Ficamos cada vez mais carentes de informação com qualidade e buscamos o simples, grosseiro e gratuito, de preferência. Desaprendemos a gostar de ler e de entender as regras gramaticais, escrevemos cada dia pior, porque é dessa forma que lemos. Não somos influenciados a consumir cultura popular brasileira ou latino-americana, porque o enlatado está ali ao alcance mais fácil, mesmo. Não aprendemos a formular opiniões próprias sobre política, porque pouquíssimo entendemos a respeito, e o que o colunista de domingo diz é sempre certo e "tão bonito de ler".


Muitos dizem que a discussão sobre ser de direita ou de esquerda está cada vez ampla e mais complicada. Pode até ser, mas eu penso que enquanto “a massa” não souber nem aos menos o que os termos significam, de nada adiantará tanta discórdia. Até porque hoje não sabemos definir com precisão tudo o que cada posição implica. Não quero acreditar na história de que aos 20 é loucura não ser de esquerda, enquanto aos 40 é maluquice sê-lo. Gostaria que as pessoas entendessem o que a esquerda procura e que um regime socialista não é todo mundo usar o mesmo tipo de sabonete. Gostaria que pudessem compreender que movimentos sociais não são aglomerações de desocupados e que acreditar no diferente vale a pena.
Entendam que não tentei ser prepotente. De forma alguma, o que quero é apenas expressar minhas opiniões, por menos interessantes que elas pareçam a muitos.

domingo, 2 de setembro de 2007

Ritmo, moda e poesia

(Bom, antes quero explicar que este é um texto que fiz pra faculdade, gênero descritivo. Desculpem, mas foram a falta de ter o que postar e ainda assim a vontade de fazê-lo que me levaram a botar isso aqui haha! A pauta é antiga, mas o que vale é a vontade de manter o tabuleiro atualizado).


Ritmo, moda e poesia
A segunda noite da Virada Cultural de Campinas mostrou a qualidade com que a prefeitura organizou essa manifestação artística gratuita, coube ao Cordel do Fogo Encantado fechar o que foi considerado um grande sucesso de público

O sol ainda brilhava quando as primeiras pessoas começaram a chegar à Estação Cultura para mais um dia de atrações. A maioria jovem, desleixada, tanto na maneira de se vestir como no comportamento; rapazes usavam cabelos com dreads, enquanto moças trajavam longas e coloridas saias, além de brincos de metal que tilintavam conforme o ritmo de seus corpos. Tratava-se da Virada Cultural de Campinas, em seu segundo e último dia, domingo (20/05), no qual a Estação Cultura recebia o público que esperava pelo espetáculo da banda pernambucana Cordel do Fogo Encantado. Por volta das 13h até às 19h – quando a banda subiu ao palco – todos dançaram e beberam ao som de MPB, espalhados ao longo de um corredor, ao lado do trilho por onde já passaram tantos trens de carga.

O palco estava bastante enfeitado, figuras de libélulas em tons pastéis faziam alusão à capa do novo disco, Transfiguração, da banda que logo estaria ali, o Cordel do Fogo Encantado. Enquanto o show não acontecia, o público perambulava pelas lojinhas rusticamente montadas ao longo do vasto corredor da antiga estação de trem. As mais variadas peças de roupa e de acessórios podiam ser encontradas. O trabalho de dezenas de jovens estilistas estava exposto, tratava-se do Mercado Mundo Mix, feira itinerante que reúne a produção chamada de alternativa da moda.

O clima era de tranqüilidade e descontração quando subiram ao palco os cinco integrantes: José Paes de Lira, Clayton Barros, Emerson Calado, Nego Henrique e Rafa Almeida. O Cordel do Fogo Encantado iniciou a apresentação tocando um de seus sucessos: “Palhaço do Circo Sem Futuro”, música de seu penúltimo disco homônimo. A platéia se agitou e passou a entoar as canções com uma disposição notável. Era possível perceber que muitos já eram fãs da banda há um bom tempo, cantavam fervorosamente as letras poéticas, as quais retratam as dificuldades e prazeres de se viver na seca nordestina. Os brincos de metal usados por tantas fãs produziam um som à parte, ritmado com os batuques e atabaques dos percussionistas da banda.

O Cordel, como é chamada pelos fãs, é uma banda que nasceu há dez anos em Arcoverde (PB). No início tratava-se de um grupo teatral, mas devido à adesão dos últimos integrantes, Rafa e Nego Henrique, acabou se tornando uma banda musical. No entanto, o caráter performático do grupo não desapareceu, visto que suas apresentações são conduzidas com intensidade e expressão pelo vocalista Lira Paes.

No encerramento da Virada Cultural de Campinas, que contou com diversas atividades na cidade durante o final de semana, o Cordel ocupou majestosamente o palco em que o grande Tom Zé havia se apresentado no dia anterior. Em cerca de duas horas de show, a banda pôde apresentar algumas músicas consagradas e quase todas que compõem o disco recém-lançado. Estima-se que 30 mil pessoas tenham participado das atividades programadas pela prefeitura em vários pontos da cidade durante o final de semana.


Boa semana!

sábado, 1 de setembro de 2007

Por que é que esquecemos tão facilmente?

Talvez o grande e mais estúpido defeito da sociedade ocidental seja o esquecimento. Sim, porque a história poco nos interessa e menos ainda é usada para pensar o presente e o futuro. Por que é difícil entender o quanto fatos históricos são importanta no estudo do presente.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

20 anos desde sua morte

Memória

Amar o perdido
deixa confundido

este coração.


Nada pode o ouvido

contra o sem sentido

apelo d
o Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis

à palma da mão


Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.


O morto continua a viver no livro, na foto, no cassete, mas só quando nos lembramos de usá-los.

domingo, 29 de julho de 2007

Bendita a dica...

Sexta-feira, 27 de julho, abro minha caixa de e-mail e lá está:

Oi Dani! Tudo bem?
Bom, esses tempos eu li um livro chamado Gosto de Uva, escrito pelo Frei Betto e o achei muito interessante. O livro consiste em uma coletânea de crônicas sobre diferentes assuntos, desde políticos até os transcendentes. É incrível como o autor consegue escrever sobre assuntos políticos não apenas com um tom imperativo e severo, mas também usando calma e paciência de darem inveja!

Bom, acho que você já deve conhecer um pouco sobre o Frei Betto. Pelo menos deve saber que suas idéias dispensam comentários ou críticas. Se você ainda não o conhece, vale a pena ler o livro para conhecê-lo melhor!

O mais interessante, Dani, é que entre tantos textos de cunho político o que mais me cativou dispensa a política. Trata-se de uma exaltação à vida humana, aos sentidos humanos, às atitudes cotidianas e, mais ainda, Frei Betto consegue descrever sentimentos indescritíveis! Isso parece meio impossível e contraditório, mas não é!
Então, está em anexo o texto inteiro, mas só vou pedir uma coisa (algo que não se deve pedir) : leia com atenção, porque o que o deixa especial são seus detalhes. Cada palavra deve ter sido escolhida a dedo. É um texto meio longo então leia-o quando tiver tempo! Bjo nega até mais.

Eu recebi esse e-mail de um cara chamado Rafael Zanetti; ele é alto, simpático, tem um coração bom e apesar de estudar engenharia, gosta muito de literatura.

Adorei a indicação do Rafão e por isso segue o texto do Frei Betto:


Benditas fomes

Benditos os que têm fome de si e mergulham no âmago de ser, arrancam dissabores do paladar medíocre, farto de migalhas caídas da mesa de Narciso. E os insaciados no apetite de beber do próprio poço e devorar gorduras impregnadas nas reentrâncias da alma.

Benditas as mulheres famintas de amor, feitas de fio de renda, a tecer a vida na magia de pequenos gestos cotidianos: a cozinha limpa, o feijão catado, a cama arrumada e o vaso da janela regado de ternura. Elas conduzem a lua como um farol que, mês a mês, atrai seus corpos para rubros mares cheio de vida.

Bendita a fome itinerante dos homens ávidos de saber, curioso quanto aos mistérios desse breve existir,e cujas as mãos transmutam árvore em mesa, trigo em pão e leite em manteiga. Generosos, não precisam exibir espadas para provar que são guerreiros. Espalhada à sua volta, a sombra do aconchego aninha a família em segurança.

Benditos os que reverenciam o sol, a flor, a água e a terra, e trazem um coração ao ritmo das estações , confeiteiros de primaveras espirituais. Esses sabem encher suas taças de chuva e assar o pão no calor de amizades.

Benditos todos que se irmanam ao canto telúrico de Francisco e dançam ao ritmo alucinado dos girassóis de Van Gogh, impregnados da sabedoria búdica que não se algema à nostalgia do passado, nem se precipita na ansiedade do futuro.Eles saboreiam o presente como inestimável presente.

Benditas a manhã reinaugurando a vida após o sono; a idade esculpindo rugas carregadas de histórias;e todos que, saciados de anos, não temem o convite irrecusável das bodas de sangue que, afinal, haverão de saciar a nossa fome de beleza.

Benditos os bem aventurados na ânsia de ver repartido o pão da vida, sem encher a bolsa de sementes de podridão. Estes sentam-se à mesa com espírito solidário e têm direito à embriaguez do vinho que, transubstanciado, encharca o coração de alvíssaras.

Benditas as mãos que traduzem sentimentos e semeam caricias, aplacando a fome de afeto. E os olhos repletos de luzes e as palavras floridas de beijos. E esse voraz apetite de silêncio, leve como o vôo de um pássaro.

Benditos a gula de Deus, os vulcões ativados nas entranhas, o arco-íris da pluralidade de idéias, a confraria de boas ações, os livros que nos lêem, os poemas ecoados no centro da alma, a rua deserta ao alvorecer, o bonde invisível, a vida sem medos.

Bendita a ira contra os pincéis que rasgam telas; a luxuria dos bales musicados por virtudes; a preguiça dos sinos de igrejas; a avareza de quem se guarda nos vícios; e a lenta maneira de fazer crescer plantas, cumplicidades e gente.

Benditas as fomes de transcendência, de prefigurações do eterno, de jovialidade do espírito, do bolo fatiado pelo cuidado materno, de vertigens místicas, de astros acelerados pela rotação de tantos sonhos redivivos.

Benditos os machados cientes que seus cabos são feitos de árvore e as gaiolas abertas à liberdade; as agulhas que tecem o avesso da dissolidariedade e as facas de pontas arredondadas; a musica de emoções indeléveis e os espelhos que refletem as mais saborosas oferendas da existência.

Benditas as fomes insaciáveis: de saber e de sabor; de despudor no amor; de Deus sob todos os nomes inomináveis. Fome do ócio sem culpa, de alegria interminável, de saúde e de prazer. Fome de paz. Saciada plenamente por justiça – a mais bendita das fomes, capaz de erradicar a fome maldita.


Obrigada mesmo Rafa! E vale muito a pena conhecer o trabalho do Frei Betto e sua trajetória, só pra citar ele já foi assessor do Lula e escreve para várias publicações, dentre elas a Caros Amigos. (http://www.garamond.com.br/node.php?id=254)

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Mais idéias improdutivas e desconexas que as férias proporcionam...

Devido a pedidos incessantes, suplicantes e irrecusáveis resolvi postar... Mas não exijam muito de mim, essas férias não têm me proporcionado momentos criativos e por essa razão vou mandar uma letra de música. Já que nesse último mês só pude me dar conta de três coisas:

- A primeira é que eu gostaria de ter sido jornalista por volta das décadas de 30 e 40, porque como tenho lido no Cobras Criadas*, os profissionais daquela época pareciam não se importar tanto com o compromisso de relatar com veracidade os fatos. E especificamente o biografado David Nasser gostava e muito de fantasiar e inventar quando escrevia importantes reportagens pra famosa revista O Cruzeiro**. Mas antes preciso me explicar! Eu digo que isso seria algo bacana se os leitores tivessem consciência e a noção clara de que estavam lendo mais ficção do que realidade... Consta no livro que as pessoas sabiam mais ou menos que Nasser gostava de aumentar os fatos, mas não que essa fosse a proposta de seu trabalho.

Forjar e fantasiar em cima de acontecimentos são atitudes bem comuns no jornalismo, mas nessa era google as coisas se complicaram (ou não). A checagem está acessível a qualquer um e mais do que nunca o jornalista deveria se comprometer em informar com precisão, deveria né.
O jornalismo do faz-de-conta me encanta muito, o que eles chamam de jornalismo literário ou new jornalism, mas acredito que me comprometer com o real da forma mais objetiva possível pode ajudar e muito o público. Já que a segunda coisa de que me dei conta nessas férias envolve a forma como a mídia trata certos assuntos...

- Como eu já adiantei, pude me dar conta do nojo que eu sinto pela forma como a mídia explora temas polêmicos! Não que fosse novidade pra mim, mas ver como as pessoas recebem a enchurrada de informações sensacionalistas foi horrível.
Passei uns dias na cidade onde nasci, Votuporanga (isso mesmo! haha) , e lá gastei um bom tempo analisando as reações das pessoas que estavam a minha volta por causa do desdobramento do caso que envolveu o avião da TAM. Não há dúvidas de que o acontecimento mobilizou e comoveu o país todo, mas me pergunto até que ponto a mídia ajudou a informar realmente a população.

A TV é o principal (e quase único) meio de comunicação que a pessoa que estive observando tem contato. Pois bem, ele é um homem de mais de 60 anos, pouco estudou e sempre trabalhou com serviços braçais. Todas as noites essa pessoa liga a TV e recebe notícias aos montes, tanto através de Datena como também do memorável casal de apresentadores do JN. Mesmo entendendo absolutamente nada a respeito de aviões, de tragédias ou de mecânica, esse homem assiste aos jornais e emite muitos comentários por aí, apenas repetindo tudo o que ouvira. Sempre se mostrando comovido e revoltado, o homem faz questão de abordar o assunto em todas as rodas de conversa e pouco se importa com opiniões diferentes, afinal se a Fátima disse...

Vendo esse comportamento eu fiquei me perguntando até que ponto seria necessário que ele conversasse tanto a respeito. Não que eu acredite na alienação como melhor forma para evitar o não-sofrimento, mas as informações que esse homem não se cansava de repetir eram pouco densas e não levavam em consideração diversos fatores. Ele dizia aos cotovelos que viajar de avião é a forma mais perigosa que existe para se locomover, sem levar em conta, por exemplo, as milhares de mortes ocorridas diariamente nas rodovias do país...

Espero não ter sido tããããão confusa assim! haha Minha intenção é expressar a revolta que sinto ao ver a exploração que a grande mídia faz com certos assuntos, sempre buscando o auto-favorecimento. Até porque a respeito das falcatruas e da corrupção que têm ocorrido por trás da manutenção do Pan, isso, ah isso ninguém menciona...

- Por fim e não menos importante, o que pude perceber nesse mês é o quanto eu adoro Zeca Baleiro! E foi por isso que comecei meu texto dizendo que postaria a letra de uma música e só. Mas (in)felizmente me empolguei e saiu isso aí! haha Esta letra é uma das que gosto mais:

Zeca Baleiro - Heavy Metal Do Senhor

O cara mais underground que eu conheço é o diabo
que no inferno toca cover das canções celestiais
com sua banda formada só por anjos decaídos
a platéia pega fogo quando rolam os festivais

Enquanto isso Deus brinca de gangorra no playground
do céu com santos que já foram homens de pecado
de repente os santos falam "toca Deus um som maneiro"
e Deus fala "aguenta vou rolar um som pesado"

A banda cover do diabo acho que já tá por fora
o mercado tá de olho é no som que Deus criou
com trombetas distorcidas e harpas envenenadas
mundo inteiro vai pirar com o heavy metal do Senhor


*COBRAS CRIADAS, LUIZ MAKLOUF
Uma resenha a respeito: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos/asp211120019993.htm

**"A revista O Cruzeiro surgiu no final dos anos 20, tendo sua primeira publicação em 10 de novembro de 1928. Patrocinada pelos Diários Associados de Assis Chateaubriand, O Cruzeiro é considerada a principal revista ilustrada brasileira do século XX." (http://www.traca.com.br/?tema=padrao&pag=revistaocruzeiro&mod=inicial)

domingo, 8 de julho de 2007

Poxa...

http://jc.uol.com.br/2007/07/06/not_143655.php


"Onde quer que você esteja, você sempre estará lá". (Rafa)

sexta-feira, 6 de julho de 2007

"Viver ultrapassa qualquer entendimento"


"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo”.
(Clarice Lispector)


Embora tenha se tornado um trecho bastante comum nos perfis do orkut - o que não é de todo ruim -, eu precisava transcrevê-lo aqui, porque as palavras de Clarice Lispector são lindas e fazem todo sentido, mais uma vez...

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Festival Indie Rock

No final do mês haverá uns shows bem bacanas em São Paulo:

26 de julho - Magic Numbers, Moptop e Hurtmold
27 de julho - The Rakes, Mombojó e Móveis Coloniais de Acaju
Horário: 21h30

Pista 100,00
Camarote 120,00
Mezanino 140,00
http://www.viafunchal.com.br/shows.asp?ID=258

O difícil vai ser escolher em qual dia ir, Belém e eu iremos no primeiro provavelmente...
Bom, pra quem quiser tá aí a dica e o convite!


The Magic Numbers - I see you, you see me

terça-feira, 3 de julho de 2007

"Debate" MTV

Voltei pra casa em Americana, por isso tenho a minha disposição aqueles muitos canais da TV paga. Devo confessar que sentia falta disso, mas já passou, foi preciso um breve momento assistindo ao "Debate" MTV (entre aspas mesmo) para querer não assistir mais televisão. Eu sei que tenho mania de criticar e reclamar o tempo todo, mas dessa vez não dava pra não comentar.

O programa, teoricamente, deveria gerar um debate entre os convidados sobre o tema escolhido para aquela semana. Mas o que vi hoje não foi um debate, ou nada que seja digno de assim ser definido. O apresentador da vez é Lobão e não mais Cazé, o que achei uma troca ruim, e os convidados para o bate-papo descolado foram Renata Banhara (sim, a ex de Frank Aguiar, nosso deputado querido), uma tal de Marina Mantega (parente do senador), um cara que faz parte da produção da Playboy, uma blogueira que desconheço também, um consultor financeiro (ou analista de sistema, ou sei la o quê) e uma jovem universitária.

Bom, para que Renata Banhara tivesse sido convidada é fácil tentar adivinhar qual teria sido o tema, as opções possíveis não fogem de algo relacionado a roupas, sexo, brigas públicas, escândalos familiares, beleza (?), fofoca, Luciana Gimenez, silicone, empreendorismo no ramo das babaquices sem utilidade e por aí vai...

Enfim, entre tantos assuntos cruciais a serem discutidos, a MTV abordou a questão: a única possibilidade de ganhar notoriedade e fama para uma mulher é posando nua?

Depois de apresentar os convidados já é possível imaginar o que tive que presenciar na frente da TV. É óbvio que a discussão foi superficial e egocêntrica, pois de um lado estava Renata contando os percalços de sua vida e narrando (quase) tudo o que fez para chegar onde está. Já a tal Marina ficou contando que trabalha num meio onde o sexo masculino predomina, mas diz saber que é tão boa quanto os companheiros - e que recebe os mesmos salários - e por isso não se sente reprimida e mais, ela falou que posaria nua sim, mas não por necessidade. Sobre três eu me recuso a comentar. E ainda havia a universitária, pobre moça que aceitou o convite de se sentar à mesa de discussão com esse pessoal.

Resumindo, não houve discussão, apenas uma briga entre os estereótipos: a mocinha feia, inteligente e rebelde contra as mulheres gostosas e bem-sucedidas. Ah, esqueci de comentar a ilustre presença do apresentador, que é engraçado às vezes, só que estava muito mais preocupado em passar a imagem de homem sem pudores do que em mediar aquele bate-boca.

Enfim, poucas conclusões pude formular sobre o tema, mas sentir essa ponta de revolta com o que nos é oferecido pela mídia eu não pude evitar. A universitária ainda abordou questões legais como o aumento da violência doméstica sendo causado pela noção cada vez maior de que a mulher é objeto, é propriedade a ser cuidada e contemplada, ela ainda disse que a pornografia incita os estupros, o homem quer o que pode apenas ver na revista... Talvez ela tenha sido radical demais em alguns momentos, ainda assim são coisas importantes pra se pensar.

Agora se eu disser que Renata Banhara não deu sua contribuição ao debate estarei mentindo, já que após choramingar pelo preconceito que sofreu ao posar nua pela primeira vez, ela contou o que seu tio-avô disse ao vê-la na revista: "O que é belo é para ser contemplado, os que são contra isso tem mente provinciana". Fiquei muito emocionada, palavras de um grande mestre. Poxa MTV, vocês podem mais! (Ou não...)

sexta-feira, 22 de junho de 2007

"Hay que ser utópico, pero sin perder la ternura jámas!" haha

Em homenagem ao seminário que fizemos - eu e o grupo de filosofia da faculdade - ontem na aula, eu deixo:

"... somente aqueles que vêem o invisível podem realizar o impossível..." (Bernard Lown, Prêmio Nobel da Paz de 1985)

Uma das afirmações filosóficas de Einstein se revela, hoje, de fundamental importância: em épocas complexas, como a que tivemos nestes tempos modernos, a imaginação é mais importante que o conhecimento.

Apenas me desculpem pelo trocadilho péssimo e mal feito do título! Haha

quinta-feira, 21 de junho de 2007

A busca pela descoberta interior (que coisa mais clichê, eu sei)

Não sei se é por causa dos muitos trabalhos que tenho feito pra faculdade e o cansaço que isso me causa, se é devido a um deles que é sobre o Budismo e me fez refletir mais ou se é culpa da insônia, mas tenho pensado bastante sobre o quanto é importante se descobrir. Eu digo isso não só porque sempre quando posso abordo temas auto-reflexivos - um tanto egocêntricos pra ser sincera - o fato é que a sensação de estar cada vez mais perto de um sentimento de satisfação é muito novo pra mim e maravilhoso. Quando tomei a decisão de ser jornalista pouco sabia sobre a profissão. Confesso que ainda não entendo tão bem do se trata essa carreira maluca em que eu fui me meter. No entanto, posso dizer que sei o quanto é bom escrever e agora "publicar" meus textos, ou ao menos mostrá-los a outras pessoas de alguma forma. Poder falar o quanto eu gosto de passar horas sentada na frente da tela lesionando meus ombros me orgulha muito! Certa vez um amigo me disse que nós que escolhemos a carreira certa já somos bem-sucedidos, ainda bem que ele não mente nunca.

Só não posso deixar de salientar (que palavra horrível) o surto de postagens, foram duas em apenas três dias! Uau, quem sabe eu esteja deixando a preguiça um pouquinho de lado? Ah isso não, exagerei.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Uma nova forma de mobilização

Tecnicamente não é plágio! Afinal, eu mesma postei o texto no blog do grupo de filosofia da faculdade, o focofilo.blogspot.com, por isso eu recomendo e muito que vocês o leiam e comentem.

O texto que escrevi se refere a um novo modelo de mobilização, o flashmob, que nas palavras do meu irmão busca "mostrar a importância da unidade estadual, além de demonstrar uma criatividade já tão procurada por parte dos estudantes pra poder dialogar com a população sem serem taxados de baderneiros". Visitem www.focofilo.blogspot.com e entendam do que estou falando!

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Música, música, música!


Como qualquer outra tarde sem nenhum compromisso, entro numa loja à procura de distração. A seção onde são vendidos CDs me parece a pedida certa. Afinal, eu poderia ver alguns lançamentos e ainda ouvir trechinhos de músicas, tocadas naquelas máquinas maravilhosas, que nos dão a oportunidade incrível de conhecer tantos artistas for possível. Foi quando a seção de MPB –música plural brasileira – me encantou e fui levada à letra "T" atrás do novo CD do Tom Zé, uma maluquice genial chamada Danç-Êh-Sá, ou Dança dos Herdeiros do Sacrifício. A intenção desse grande músico foi chamar a atenção do público jovem principalmente, compondo músicas com letras muito simples: onomatopéias, gemidos, gritos, poucas sílabas; mas tudo cheio de ritmo e racionalidade. Consta na descrição da obra as palavras de Tom Zé: “para chegar a esses jovens, mudei tudo que já produzi e segui a sugestão de Chico Buarque de que a canção acabou.[...] Logo os antropólogos, jornalistas e cineastas se mobilizarão, concorrendo para que a juventude se engaje no projeto otimista que é ser o negro que somos, herdeiros do sacrifício de várias nações africanas, cujo sangue depurou a arte e a religião de 3 Américas – vejam-se o samba, a Tropicália ou o rock, o hip-hop e o reggae.” Tom Zé encanta e inova – mais uma vez – ao conseguir fazer um CD só de sensações e reinventa a música para o nosso privilégio. Assim como o fez em Estudando o Pagode, outro CD recente. As letras são irreverentes, trata-se de uma "opereta" e por isso há nelas uma continuidade, como se houvesse duas pessoas discutindo um tema que é, genericamente, a mulher. O som tem cara de Brasil e as ótimas vozes são irresistíveis. Ainda só para comprovar e aumentar minha admiração por Tom Zé fui ao show que ele fez na cidade de Campinas, durante a Virada Cultural. Lá ele se dedicou a tocar seus clássicos e ainda me deu o gostinho de ouvir uma canção de Estudando o pagode. Bom, gostaria que vocês me desculpassem por postar um texto aparentemente tão sem propósito. A minha intenção é apenas indicar e mostrar o que eu considero boa música, para isso eu tive que contar uma historinha boba dessas!

Agora uma listinha de indicações que pude formular após essa proveitosa tarde musical. Percebam a influência do espaço físico: estive especialmente na seção MPB, entre as últimas letras do alfabeto...

Danç-Êh-Sá, Tom Zé, Tratore – 2006

ESTUDANDO O PAGODE
Segregamulher e Amor, Tom Zé, Trama – 2005

TOM ZÉ - SÉRIE DOIS MOMENTOS VOL.14Relançamento em CD de O Caso é Chorar, 1972 e de Todos os Olhos, 1973Continental – 2000

Perfil Zeca Baleiro, Som Live

Baladas do Asfalto e Outros Blues (ao vivo), Zeca Baleiro, Universal – 2006

PetShopMundoCão, Zeca, Abril Music, 2002

The Miseducation of Lauryn Hill, Sony, 1998 (show dela por aqui em junho!)

Vinicius de Moraes (sem especificações, quanto mais melhor!)
http://www.viniciusdemoraes.com.br/

Esperem por mais besteiras essa semana, fica a promessa de uma nova postagem em breve. Obrigada!

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Virada Cultural!

Como recém-chegada na cidade de São Paulo eu sempre que posso gosto de aproveitar os montes de eventos que acontecem por aqui. Dessa vez não será diferente! haha A Virada Cultural acontecerá neste sábado e domingo em sessenta pontos na cidade. As atrações são extremamente variadas e com certeza vale a pena conferir. Música, teatro, circo, cinema, dança, exposições... Enfim, irei a alguns eventos e vou comentá-los aqui em breve. Segue a programação (em PDF):
http://www.viradacultural.com.br/img/viradacultural2007_programacao.pdf

quinta-feira, 3 de maio de 2007

TABULEIRO EM PÓ... Legal, mas como assim?


Como eu havia prometido e, aliás, só por essa razão, vou tentar explicar um pouco o porquê do nome TABULEIRO EM PÓ. A bem da verdade é que não há um sentido preciso! O fato é que eu tive uma vontade muito grande e repentina de criar um blog, mas surgiu o empecilho: preciso de um nome! Foi quando eu quase tive um colapso tentando achar algo que tivesse a ver tanto comigo como também com a proposta de meus textos. Não que eu acredite que TABULEIRO EM PÓ realmente me resuma, mas como se trata de um verso de uma música do Cordel do Fogo Encantado e ainda dá essa impressão de algo não palpável, abstrato, diversificado... Acreditei ser uma boa pedida! É claro que eu tive outras idéias ainda mais estranhas, como pasárgada e transfiguração. Nomes que fazem alusão a textos ou músicas que eu considero interessantes, aliás, eu gosto de fazer referências, até porque criar algo genuinamente novo é complicado. Enfim, o nome está aí e pronto! O que me resta é colocar a letra da música que se chama “Morte e Vida Stanley”, só para que fique ainda mais confusa a minha escolha...

MORTE E VIDA STANLEY
(José Paes de Lira)

Na madrugada de vento seco
No clarão da grande lua prateada
No recôncavo do sol
Na montanha mais longe do mar
Numa serra talhada espinho fechado coivara caieira vereda
Distância da rua
Mato cerca pedra fogo faca lenha
Cerca bote bala bote bala bote senha
Tabuleiro tabuleiro em pó
Na pedra dos gaviões
Uma mulher deitada
O nome é Maria
A dor conduzindo o filho terceiro
Nas garras do mundo sem guia
Vai nascer outro homem
Ouviram
Vai nascer outro homem

Outro homem

O seu nome é Stanley
Mais um filho da pedra dos gaviões
Da montanha
Do recônvavo do sol
E eu aqui vou cantar
Sua morte sua vida
Seu retrato sem cor
Seu recado sem voz
Morte e vida Stanley
Morte e vida Stanley
Morte e vida StanleyMorte e vida

Outro homem

O seu nome é Stanley
Mais um filho das pedras dos gaviões
Mais um homem pra trabalhar
Na cidade sem sol
E eu aqui vou cantar
Sua morte sua vida
Seu retrato sem cor
Seu recado sem voz




Altamente recomendável: http://cordeldofogoencantado.uol.com.br/

terça-feira, 1 de maio de 2007

Enquanto isso no msn...

Esta conversa aconteceu logo depois de eu ter criado meu querido blog! Aliás meu repentino e querido blog...

Fê ° diz:
Dani, você fez a pesquisa lá ?
daniella diz:
nossa ainda nao fe
daniella diz:
to ferrada
daniella diz:
e vc?
Fê ° diz:
é, eu também não, hehe, vou fazer hojede noite mesmo ... umas 11 hahuaaua... amanhã tenho que ir no Arquivo do Estado =/
daniella diz:
nossa q trabalho!!
daniella diz:
fee eu fiz um blog, quer ver? uhahuauha to mt orgulhosa de mim, acabei de fazer huahu
Fê ° diz:
É, foda! =/
Eu achei que o trabalho era para segunda feira que vem....
Fê ° diz:
Hahuaha, eu estava pensando em mudar o nosso blog de endereço
Fê ° diz:
=/
Fê ° diz:
Para um mais bonnitinho e tal, mas aí temos que ver
Fê ° diz:
deixa eu verrrrr o seu blog
daniella diz:
nss a gente devia mudar td naquele blog!
daniella diz:
peraa
daniella diz:
mas eu ainda to fazendo o perfil viu!
Fê ° diz:
Está bem... me passa hehehequero ver
Fê ° diz:
=]
Fê ° diz:
Até que é legal um blog huahau interessante
daniella diz:
eh entao, acho uma coisa legal
daniella diz:
mas dá vergonha uhahau
Fê ° diz:
Hahuahua isso é verdade! =]
daniella diz:
http://tabuleiroempo.blogspot.com/
Fê ° diz:
tabuleiro em pó?
daniella diz:
uhahaua é
daniella diz:
meio brega, mas eu nao tinha outra idéia melhor uhauh
Fê ° diz:
huahauahahu mas eu não entendi.. em pó?
daniella diz:
ahann, é a letra de uma música q eu gosto
daniella diz:
vo faze um texto flndo do título, mas nao tem mt sentido msm uhahuauha
Fê ° diz:
ahhhh entendi
Fê ° diz:
=]
Fê ° diz:
ahhhh dani
Fê ° diz:
EU IA COMENTAR
Fê ° diz:
Mas o seu blog não aceita comentários se eu não tiver loggin e senha
Fê ° diz:
=?
daniella diz:
vixeee que ruim
Fê ° diz:
=/
daniella diz:
como eu faço pra tirar isso será? uhahua vo vee
Fê ° diz:
Dá ma olhada aí e me avisa para eu poder comentar
Fê ° diz:
heueheue
daniella diz:
o fe eu tinha pensado em por pasárgada o nome, seria mais legal né?
daniella diz:
ai eu acabei de decidir e já fui fazendo uhahua
Fê ° diz:
Agora vou indo, mais tarde eu entrooo, beijos!!!!
Fê ° diz:
Uhm, eu gostei dessa nome que está
Fê ° diz:
achei legal
Fê ° diz:
hahah mesmo sem entender ele no começo
Fê ° diz:
hahahaha
Fê ° diz:
tabuleiro da uma idéia de diversidades... de várias coisas misturadas
daniella diz:
ah se vc gostou tá beleza! uhauha
Fê ° diz:
hihuiuhi
Fê ° diz:
beijioooooo Dani
daniella diz:
bjoooooooooo fe


Fê, espero que você não fique brava comigo por ter postado nossa conversa hahaha. Mas foi a maneira mais simples e fácil que encontrei para explicar algumas coisas referentes ao blog e, principalmente, ao nome que escolhi. Não sei se fiz bem ao optar pelo título TABULEIRO EM PÓ, mas prometo que na próxima postagem explicarei melhor minhas motivações ( se é que elas axistem). Ah, devo dizer que a linguagem dessa conversa foi a mais informal possível, por isso peço que não haja hipocrisia e entendamos que esse mundo virtual exige de nós outros hábitos né não? Não posso me esquecer também de deixar claro que o TABULEIRO EM PÓ será todo um espaço informal e livre! Sendo assim, APROVEITEM! ( Digo isso numa tentativa frustrada de usar uma palavra que corresponda ao enjoy no inglês e suas tantas significações).

Dani :]

Confusão, vocação, percepção, transformação?

As coisas estão muito confusas! Até então tive claro que minha vocação é o jornalismo, mas agora não o afirmo com tanta certeza! É fato que minha cabeça não sabe se aquietar e ter pensamentos comuns e conformados, mas a dúvida quanto à escolha de uma profissão é um fardo pesado demais. Tudo culpa dessa tal Clarice Lispector, mulher enxerida que soube escrever direitinho tudo o que eu sinto e fez aumentar ainda mais meu apreço pela literatura. Sempre gostei de escrever, mas não sei, ser escritora? Isso lá é profissão? Está bem, sem preconceitos e a arrogância usual, até porque aos 12 anos eu ainda insistia na idéia de viver pelos livros e pela ecologia! Sim, eu costumava dizer que seria escritora e ambientalista, uma graça. Não seria eu alguém um tanto subjetiva demais para escrever textos jornalísticos? Ou talvez deveras preguiçosa para cumprir prazos? Não quero saber de manuais de redação! A palavra é livre assim como também – supostamente – é quem a profere. Ah, mas e como ficariam meus sonhos – quase utópicos – de melhorar a comunicação neste país e ainda formar um público mais reflexivo? Um dia pretendo conseguir compreender pelo menos um pouquinho a razão dos meus sentimentos, mas eles não parecem ter sentido! Ou será que há lógica nas idéias de alguém que nunca toma decisões definitivas a favor da duração de algo? Explicarei melhor: tenho facilidade e até certa desenvoltura para largar projetos, como também crio tantos sem levá-los adiante... Seria isso uma doença? Talvez eu devesse ser diagnosticada por algum doutor, quiçá ele me dará alguma resposta. Mas não, quem está lendo este texto de devaneios malucos sabe que meu comportamento é absolutamente comum e que até dramatizo demais as coisas. O que faremos então? Todos destinados a viver na confusão! Pois então aproveitarei a maluquice do dia-a-dia e viverei muitas vidas numa só! Para não perder o hábito, reforço através das palavras de Clarice: “É como se o mundo estivesse a minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.”. Afinal, ela também foi jornalista não?