segunda-feira, 14 de abril de 2008

-- Por que você tem que ser sempre tão irônica?

-- Porque sim, ué.

-- Pra mim, ironia é a arte de dizer sem falar, quando se tem medo de dizer o que pensa, aí você acaba brincando, ironizando, não é?

-- Derrr, nada a ver.

-- Então o que é?

-- Ironia? É um estilo de vida.

domingo, 13 de abril de 2008

Dessa vez tentarei escrever para você, leitor (risadas)

VISTO QUE, eu tenho sido - durante toda minha vida, quem sabe - alguém um tanto egoísta (egocêntrico, egoalgumacoisa) e, portanto, acabei imprimindo aqui sempre percepções a respeito do que eu estava vivendo, ufa, resolvi (tentar) mudar!

Portanto, hoje nada de "eu acho que a vida, blábláblá". Hoje eu falarei sobre algo que não faz parte do meu mundinho!

É... Assim como qualquer ato de mudança, quebra com o anterior, está sendo complicado arranjar esse outro tema...

Sinto muito, mas acabei de descobrir algo!

Fugir de si mesmo?

Não rola...

Sendo assim, vou postar a notícia sobre a visita do dirigente do MST à faculdade. O tema é bastante interessante, quem quiser ler mais entre aqui: http://www.facasper.com.br/jo/notas.php?id_nota=648


Para dirigente do MST, a maioria dos jornalistas é ignorante


Em entrevista coletiva, Stédile ataca a grande mídia diversas vezes

João Pedro Stédile, dirigente dos movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e da Via Campesina, mais uma vez gera polêmica durante entrevista coletiva concedida aos alunos da Faculdade Cásper Líbero. Para explicar a afirmação controversa de que os jornalistas sejam ignorantes, o dirigente alegou que a cobertura feita pela grande imprensa sobre as ações do MST seja deturpada.

Segundo Stédile, alguns jornalistas já lhe confessaram receber orientação para utilizar o termo “invasão” ao invés de classificar como “ocupação” as mobilizações do movimento. “Existe uma grande diferença entre os termos que é codificada na lei”, afirma o dirigente. Ele explica que as ações do MST buscam através da ocupação de um território pressionar o governo a atender reivindicações do movimento, o que não se caracteriza como “invasão”.

O evento aconteceu na última quarta-feira, 9 de abril, na própria faculdade e contou com a participação de cerca de quarenta estudantes. Em quase quatro horas de conversa, o entrevistado ainda afirmou que “os jornalistas estão imersos num cenário oligárquico que é o da mídia brasileira”.

Stédile chegou a classificar a Editora Abril como "fascista"; e mais, brincou que Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, falecido em 2003, estaria no inferno há muito tempo. Diversos temas ainda foram abordados durante a coletiva, na qual o dirigente chegou a explicar como se dá o processo de assentamento das famílias quando as fazendas são desapropriadas; Stédile falou ainda sobre a recém finalizada greve dos ruralistas na Argentina gerada pela medida protecionista da presidente Cristina Kirchner, além de explicitar sua opinião sobre o governo Lula.

"O governo atual não é de esquerda, nem popular, isso se deve ao fato de não ter sido eleito pela mobilização das massas", disse Stédile. "Se Lula tivesse chegado ao poder em 1989, aí sim talvez teríamos mudado algo", referindo-se às eleições que tornaram Fernando Collor presidente do país na época.

Foi abordada incessantemente a posição do MST no cenário político. Stédile afirmou várias vezes que o movimento é autônomo e assim deve ser para ter voz e respeito. Não há interesse por parte dos militantes em ocupar cadeiras no Senado ou na Câmara, por exemplo. "Por favor, não queiram nos prostituir", ironizou o entrevistado.

O caso sobre a suposta invasão do MST à fazenda, na cidade de Buritis (MG), dos filhos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a ser comentado. O fato aconteceu em março de 2002 e obviamente gerou muita polêmica no momento. Stédile se defende afirmando que o ato aconteceu por causa de infiltração, ou seja, alguém que não fazia parte do MST acabou influenciando os outros integrantes a realizar a ocupação. O dirigente afirma ter descoberto o envolvimento de policiais federais que estariam infiltrados no movimento – lembrando que o fato aconteceu em ano de eleições presidenciais.

Stédile foi questionado sobre qual seria a solução para a ignorância da mídia, problema levantado por ele no início da coletiva. O entrevistado afirmou que o jornalista é apenas ferramenta da grande imprensa e ainda, que a solução para os problemas sociais não estaria em uma classe ou na vontade pessoal, mas na mobilização da camada mais ampla da sociedade. O dirigente ainda afirmou que as ações do movimento não visam à cobertura dos meios de comunicação, mas à solução do problema pontual que as famílias ocupantes têm.
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A entrevista concedida por Stédile foi interessante, no entanto, ao mesmo tempo em que o digirente mostrava uma posição sóbria, boa articulação e idéias válidas, foi possível econtrar o que contestar e questionar a respeito de diversos posicionamentos tomados pelo entrevistado. Algo puramente natural. O que não vale é se apegar à figura que Stédile é (ou que representa) ao invés de se concentrar em suas idéias.