segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Americana e Ourinhos decidem a Liga Nacional de Basquete Feminino 2008. Nas semifinais, o primeiro eliminou Santo André e o segundo deixou Catanduva para trás. Na noite de 15 de dezembro, os times disputam o terceiro de cinco jogos que apontarão o vencedor.

A situação para o time da casa é pouco animadora. Ourinhos vencera as duas últimas partidas, e restava mais um triunfo antes do título. Nos últimos momentos do jogo, emoção.

Falta. Dois lances livres. Americana, que chegou a ficar 17 pontos atrás no placar, arremessa e faz o ponto de número 74. Faltam apenas seis segundos para o fim do jogo. A equipe adversária, com 73 pontos, pede tempo.

O time visitante tenta sua última jogada, mas não acerta. Fim de jogo.

Last but not least: Vicky Cristina Barcelona

Ainda que filmes depois de duas ou três semanas em cartaz não pareçam mais tão atrantes, não deixei de assistir à nova produção de Woody Allen, o longa Vicky Cristina Barcelona.

Lendo as críticas já pude conhecer todo o enredo -- que não é lá muito complexo. Ainda assim, o filme me pareceu interessante e minha atenção foi tomada o tempo todo. Como os críticos de cinema já haviam me precavido, o papel de Penélope Cruz recebe destaque, ainda que não seja a protagonista.

Quero dizer que recomendo, é isso! Nada de cair no clichê que têm sido as críticas sobre este longa. Basta!

PUTA MUNDO INJUSTO, MEU!

Não demora muito pra gente entender na pele aquela frase de mãe: o mundo é injusto. Realmente, é uma sacanagem atrás de outra. Na faculdade, professores displicentes, autoritários e burros, o que dói ainda mais.

No dia-a-dia de consumidor, conflitos e desgate em cada compra/contratação de bens/seviço de grandes empresas. Quem nunca teve problemas com a Net, com a Telêfonica, com a Tim ou com o Terra que levante a mão -- eu já tive com todos.

Em casa, as brigas com pais e irmãos até parecem divertidas perto de tanto aborrecimento. É o cara que quase te atropela na rua, o motorista do ônibus que finge não ter visto você acenar, o comerciante que dá troco errado -- pra menos, claro.

No momento de lazer, a TV que não conhece outra palavra que não Madonna -- gosto dela e do que ela representa, mas isso é outra história. Os noticiários que aborrecem muito e informam bem pouco. As manchetes de revista? Repetitivas e desinteressantes. Vai ao cinema pra assistir ao Brad Pitt levando tiro na cabeça, tanto humor negro sem graça...

Enfim, descobre-se que as pessoas podem ser más, que não pensam duas vezes antes de te dar uma rasteira, e que além de tudo, o lazer vem enlatado e com gosto péssimo.

PUTA MUNDO INJUSTO, MEU!

E a solução? Não sei dizer, mas vale entrar no orkut e receber belas e tocantes palavras de consolo:

Sorte de hoje: Muitas das grandes realizações do mundo foram feitas por homens cansados e desanimados que continuaram trabalhando.

Afinal, como não ser alguém cansado e/ou desanimado diante de tudo isso?

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Contratação do Fenômeno, que não demora a se tornar o "Caso Ronaldo"

Não é preciso entender muito de futebol pra saber que a contratação de Ronaldo pelo Corinthians é algo grande, e importante. Para os torcedores, num primeiro momento, é hora de comemorar. Mas será que o Fenômeno realmente irá ajudar a equipe, tecnicamente? A fronteira entre marketing e futebol foi pro beleléu? É o que discute o jornalista Juca Kfouri em seu blog.

A especulação sobre a possível ida do jogador ao time alvinegro parece ter surgido esta manhã. Às 13h, a gazetaesportiva.net já confirmava: Ronaldo estará no Corinthians por pelo menos uma temporada. Mais tarde, no portal UOL, a manchete era outra: Ronaldo acerta, e Corinthians já se prepara para lucrar com o astro.

Não sei se por influência da opinião de Kfouri, mas a notícia atenta para a provável real motivação desse negócio: marketing, na busca de atrair patrocinadores e aumentar a renda do time. Ainda que Ronaldo seja bicampeão mundial pela seleção brasileira; aos 32 anos, voltando de uma lesão, ele talvez não possa fazer muito pelo Corinthians, não em termos de futebol.

A Fiel comemora. E nós esperamos para ver no que vai dar essa história.

Detalhe que me deixou intrigada (na verdade, indignada): Soube da notícia pelo site da GE.net e logo fui conferir o que o UOL havia dado. Eram quase duas da tarde, e a manchete anunciava uma possível contratação de Ronaldo. Não se passaram 3 minutos, voltei ao portal, o título mudara, confirmando o fato. Ao abrir a notícia, a surpresa: o texto datava das 13h05, e só ali no rodapé dizia que havia sido atualizado depois das 14h. Agora eu pergunto, vale dizer que atualizou mesmo que tenha sido mudado todo texto, inclusive o título?

* Texto originalmente postado em bateeblog.blogspot.com
-- Tem que tomar o jeito de crônica, e não de artigo ou coluna. Senão eu me perco...
A crônica é um gênero sedutor, tanto pela aparente simplicidade como pela riqueza que pode trazer. Texto fácil e gostoso de ler, conteúdo denso (?), seja lá o que isso significa. É o dia-a-dia, o que perturba, o que surpreende e instiga o autor, que por sua vez, tenta causar a mesma sensação em quem lê. Pode abordar um tema, comentar um fato, contar um causo. Pode ser metalíngüistica, assim como esta e tantas outras. O que vale é ser simples e tocante, ser perder a graça da mistura rica entre literatura e jornalismo.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Por favor, jornalistóide não!!!

- Já não consigo mais escrever "através"... Agora substituo sempre por "por meio".

- Não posso ver acentuação que eu considere errada, vírgulas fora de lugar. Pra que separar sujeito e verbo, minha gente?
Outra coisa: abriu o aposto, botou a vírgula, ótimo! Então por que não termina e coloca a vírgula de novo, meu filho?

- E a confusão com "porquê", "por que" e "porque"? Por quê???

- E o "mas" que virou "mais"?

- Conjugar o verbo no subjuntivo, deixa disso, pra quê, né?!

- A reforma ortográfica me dá coceira só de pensar...

- Não consigo escrever sem checar informações, completá-las. É difícil falar sobre um tema sem dar a ficha técnica! E isso dá trabalho, afinal, infelizmente, ao contrário do que nós pensamos, nem tudo está no google!

- A busca por sinônimos é intensa. O dicionário sempre à mão.

- Quando finalmente me livro da mania de escrever diálogos na cabeça enquanto eles acontecem, aparece essa, de pensar a vida como se fosse uma pauta! Tudo pode ser pauta, tudo é passível de se tornar uma matéria! Aquela sensação constante: "onde é que está meu gravador neste momento?", "e o bloquinho?", "e a câmera fotográfica???".

- Quero comentar sobre tudo, mesmo sem entender quase nada...

- Um colega pisa na bola ao escrever? Coitado!

- E as dúvidas? Sobre gramática, sobre jornalismo, sobre qualquer área do conhecimento: simplesmente só aumentam, e muito!

Enfim:
NÃO QUERO SER UMA JORNALISTÓIDE CHATA (seja lá o que isso quer dizer) , QUE SACO!

Mas será que já nasci assim?

Drops! Afinal, quem não tem preguiça de se aprofundar num mesmo assunto?

Meu Nome não é Johnny: O filme foi dirigido por Mauro Lima e produzido por Mariza Leão. Atores principais: Selton Mello (surpresa!) e Cleo Pires. O enredo é baseado numa história real, a trajetória do atual cantor e produtor musical João Estrella. O longa convence, ainda mais porque o drama vivido pelo protagonista se aproxima da realidade de muita gente na minha idade. Muita gente que tem acesso ao cinema. Só um problema que me incomodou bastante: o nome. Não porque eu não tenha gostado, pelo contrário, me chamou a atenção. O que decepcionou foi a explicação pra ele -- esperava mais, algo que fosse relevante na trama.

Entreatos: Documentário foi lançado em 2004. Direção de João Moreira Salles. Trata-se dos bastidores da campanha eleitoral de Lula em 2002. Emocionante. Ainda mais pela importância histórica do momento. Membros do PT que a gente ouve falar por causa das brigas que se metiam na ditadura se emocionam com a eleição do líder. Ainda que o Lula tenha decepcionado, tem gente muito pior que poderia estar "comandando" (modo de dizer) este país.


Na fila...

Vicky Cristina Barcelona: Juro que ainda pego nos cinemas! Mesmo que não tenha esperança de ver coisa muita coisa diferente dos outros filmes de Woody Allen. Mas Woody Allen é Woody Allen e ponto (piada interna).

O Povo Brasileiro (Darcy Ribeiro): Sinto vergonha por ter começado a lê-lo e ainda não ter terminado. A linguagem é mais difícil do que a das ficções e bestsellers, mas nenhum bicho de sete cabeças. Promessa para estas "férias" (não estou exatamente de férias, mas finge que é como se fosse).

O Monge e o Executivo (James Hunter): Achei o livro jogado numa prateleira aqui de casa. Comecei a ler por curiosidade, mas ela se extinguiu logo nas primeiras páginas. Já tive minha fase de "vamos ler auto-ajuda", agora não dá mais. Sem contar o nome do autor, James Hunter, ah, vá.

Bravo!: Na espera pela edição de dezembro da revista. A última trouxe reportagens bacanas. Destaque para a entrevista com Saramago! Ele não disse nada que surpreendesse, mas deu depoimentos bonitos e emocionados. O ponto baixo da revista foi a matéria sobre o show do R.E.M. Aliás, nem foi sobre o show. Na tentativa de inovar, creio eu, publicaram uma ficção que tinha como pano de fundo a apresentação. Cansativo, bem pouco explicativo. O autor tentou encaixar as informações sobre o show e sobre a banda nas falas das personagens. Deu aquele sensação de que "ninguém fala assim", sabe?

Bienal de SP: Sofro. Não fui à Bienal e não terei mais chance de ir. Pelo menos não devo ter perdido tanta coisa, afinal, havia um andar todo vazio (brincadeirinha ignorante, mas que é verdade, é verdade).

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

1968, ah, Zuenir

"1968 - O ano que não terminou"
Zuenir Ventura, 1988

Bem escrito, como é de praxe do autor. Narrador-personagem-ator-escritor-espectador de um dos mais importantes momentos da História brasileira. Zuenir se coloca no meio do olho do furacão, propondo uma análise e narrativa de História recente da qual fez parte, atuando como jornalista. Percebe-se um tom nostálgico, uma saudade de um tempo que não volta mais. De uma gente que parece não nascer mais. De uma coragem que está em falta. Impossível não se questionar sobre o próprio comportamento, sobre a participação política e social. O incômodo é quase que inevitável.

domingo, 2 de novembro de 2008

Crítica cede espaço para divulgação no jornalismo cultural

Debate da noite de terça (21-10) destaca o esvaziamento da análise em detrimento à simples promoção dos eventos culturais

Já passava das 19h30 quando Carlos Costa, coordenador do curso de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, chamou à mesa de debate os jornalistas Manuel da Costa Pinto e Heitor Ferraz. A tônica da discussão, que contou ainda com Eduardo Tolentino e Fábio Cardia de Carvalho, foi o papel que o jornalismo cultural exerce hoje.

Os primeiros participantes chamados para a discussão que aconteceu nessa terça-feira (21-10), inaugurando a Semana de Jornalismo no período noturno, falaram sobre a crise do jornalismo cultural, desencadeada pela postura cada vez menos crítica e mais divulgadora que as grandes publicações adotam.

Manuel da Costa é jornalista, trabalha na Folha de S.Paulo, especializou-se em literatura e apresenta semanalmente a coluna Rodapé, e uma vez por mês faz uma lista com livros, CDs e DVDs que recomenda aos leitores do jornal.

Heitor Ferraz é docente da Cásper Líbero, ministra a disciplina Jornalismo Cultural e é também poeta. Juntaram-se aos jornalistas, já depois das 20h, o produtor e compositor musical e publicitário Fábio Cardia de Carvalho e o diretor de teatro Eduardo Tolentino – representando o objeto de crítica do jornalismo, os participantes e produtores da indústria cultural.

Manuel dedica longos minutos para explicar o surgimento e a trajetória da noção de crítica de arte, desde o que considera ter sido seu início – meados do século XVI, com a Revolução Industrial. O jornalista atribui ao surgimento da idéia de individualidade o fator crucial para que aparecessem os intérpretes da arte, que antes seguia modelos estéticos pré-estabelecidos e amplamente conhecidos.

Durante a Antigüidade e a Idade Média, a noção estética pregava a imitação, a emulação como ideal. Seguir modelos considerados nobres e produzir conforme códigos já estabelecidos foram tidos como propósitos dos artistas e escritores até que surge a idéia de individualidade que se sobrepõe ao coletivo.

Com a perda do caráter imitativo, a arte moderna precisa ser interpretada por especialistas, justamente os críticos de arte, que aparecem como tradutores das produções inovadoras, que buscam a ruptura com os modelos – propósitos que se estabelecem a partir da Revolução Industrial.

O que se discute atualmente é o esvaziamento do tom crítico do jornalismo cultural. As causas para o fenômeno foram pouco exploradas pelos debatedores, que se concentraram em esboçar um panorama do trabalho jornalístico na área cultural.

O grande ponto de concordância da mesa foi a perda de espaço que a crítica de arte sofreu nas grandes publicações jornalísticas. Os veículos atuam muito mais na divulgação do que na análise dos produtos da indústria cultural. Manuel da Costa e Heitor Ferraz se arriscam a atribuir à própria arte a causa pelo fenômeno.

Os jornalistas falam em mudanças que a arte moderna, agora já chamada de pós-moderna, sofreu durante a História. Estaria havendo um retrocesso da concepção estética, que, voltando ao ideal medieval, torna-se fácil de ser consumida e pouco complexa. As características da indústria cultural e os anseios de consumo pedem produtos de fácil assimilação, que proporcionem diversão e entretenimento. O que vai contra a corrente inovadora da modernidade, nada compromissada com o desejo do mercado, tampouco com a simplicidade e a necessidade de entendimento do público leigo.

“Culpa” da arte ou não, é fato que a tão aclamada crítica de arte tem perdido espaço no jornalismo cultural, muito mais preocupado em divulgar as produções do que propriamente analisá-las. Manuel da Costa acredita que as análises das vanguardas se concentram hoje no meio acadêmico. Citando o exemplo da literatura, o jornalista atribui à proliferação dos cursos de Letras, no pós II Guerra Mundial, a migração da crítica para os departamentos universitários.

O colunista da Folha lembra que ainda são produzidas reflexões mais sofisticadas sobre arte, no entanto, elas se concentram em publicações especializadas. Por fim, Manuel ainda atenta para um problema da segmentação: o fato de que os críticos dessas publicações de cultura tendem a fazer parte do meio artístico, ou pelo menos não possuem distanciamento crítico suficiente para desempenhar as funções de analistas da arte.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Olá, Fernanda

Quando li seu comentário, fiquei muito comovida. Nunca havia recebido uma mensagem como a sua, por isso a surpresa boa. Como vc não tem um blog onde eu possa comentar, resolvi fazer este post para agradecê-la, afinal, vc merece uma palavra de resposta.

A primeira vez que li o comentário, não entendi quando falou sobre a visita que fez à igreja, pois não pensava que um texto meu iria incentivar alguém a isso. Mas depois, relendo, entendi bem o que vc quis dizer... Procurou o ambiente de uma igreja pela incrível paz que ele proporciona, foi uma boa idéia.

Fiquei muito feliz por tê-la ajudado de alguma forma. Nem me fale em crises e desordem de idéias, porque também vivo uma bagunça dentro da minha cabeça. É escrevendo que eu encontro uma forma de pensar, organizar e reconstruir meus pensamentos. Se a maneira que encontrou foi ir à igreja, que seja, o importante é ter sua válvula de escape, um caminho.

Não pretendo ficar dando conselhos, nem passando por psicóloga. Mas acho importante compreender nossa juventude, nossos anseios e angústias, que são tantas. Obrigada por me ajudar nisso.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Muito mais dúvidas que respostas

A crise financeira desencadeada pela bolha no mercado imobiliário estadunidense é a ordem do dia. Veículos de comunicação falam sobre o assunto incessantemente.

Afinal, o capitalismo já mostrou há muito que opera de forma cíclica, com altas e recessões. Desta vez, o cerne da situação não se difere tanto de outras crises já enfrentadas: desregulamentação em "excesso" e fraca participação do Estado na economia podem resultar em problemas.

Ainda assim, não se fala em recessão, apenas em queda do crescimento das economias mundiais, especialmente dos países desenvolvidos.

No Brasil, o governo tem atuado pontualmente. A última é a tal medida provisória que autoriza o Banco Central a comprar carteiras de títulos privados dos bancos.

Novas medidas para atenuar a crise de crédito no Brasil. O BC também atua na batalha contra a escalada no dólar: venda de dólares. Injetando cada vez mais dinheiro na economia, são mais de 60 bilhões desde o agravamento da crise.

O economista Raul Veloso destaca que mais do que injetar dinheiro, o governo precisa conter gastos e aumentar sua poupança, para que sobre mais dinheiro para investimentos produtivos -- já que a fonte internacional estará bem mais escassa.

O intuito é que o BC atue de forma mais efetiva no mercado financeiro, o que é tendência atual: intervenção do Estado a fim de amenizar as perdas da crise.

O bom desempenho da economia durante o governo Lula pode estar em jogo. A oposição atribui as conquistas ao cenário internacional favorável. Agora veremos se os bons números se mantêm, ou pelo menos não caem tanto. A dúvida é se estamos tão bem preparados para atravessar esta situação como as autoridades insistem em afirmar.

Do outro lado, Bush garante que o pacote aprovado na última semana começará a render frutos em breve, muito breve. Novos bancos nos EUA podem quebrar. A falta de confiança impera no mercado mundial. O dólar sobe com muita força e isso logo deve se refletir na inflação brasileira, que até setembro vinha baixando (no caso do setor alimentício).

Última ação de bancos internacionais: baixar as taxas básicas de juros numa ação cordenada pelos BCs em 20 países. Talvez a questão não seja apenas de preço, mas de desconfiança. Por isso, pouco se alterou nas bolsas desde a medida.
We'll see... we'll see.

Diário de ônibus

Vida de andar de ônibus não é fácil. Não mesmo. Todo dia dá aquele frio na barriga só de pensar naquela gente toda espremida, suando, em busca de um ventinho que seja. E o trânsito de São Paulo então? Um desgosto só.

Só que nem tudo é tristeza quando se usa o transporte público. São tantas pessoas e tantas histórias, que dá pra se divertir e aprender um bocado sobre esse tal de ser humano. Às vezes pode ser muito entediante, mas a vida de ônibus costuma ser bem mais animada do que parece.

A primeira angústia: o ônibus que demora a passar

É claro que muita gente não age assim, mas duvido que ninguém saia em cima da hora pra pegar o ônibus. A gente calcula mais ou menos quanto tempo leva a viagem, aí chegamos ao ponto uns 5 minutos antes do horário em que ele precisa passar pra conta dar certo. Ou seja, não é sempre que dá certo! Ainda mais se for férias, aí a coisa complica de vez.

Não tenho bilhete único, que saco!

Há algum tempo que o bilhete único foi implantado em São Paulo. Hoje em dia, a maioria das pessoas que usa o transporte público já tem o seu. Mas eu não tenho. Até pouco tempo eu não precisava usar ônibus ou metrô todo dia. Hoje eu uso. Não ter o cartão dá dor de cabeça. Os cobradores, muitas vezes, dizem: desculpa, mas não tenho troco. Aí é aquele desespero atrás de moedas perdidas na bolsa. Por isso, o melhor é sempre ter dinheiro trocado em mãos. Minha ânsia por moedas e notas de dois reais é tanta que há pouco tempo minha mãe reuniu muitas notas e me deu. Ai que alívio! Sem contar o fantasma do assalto... Abrir a bolsa dentro de ônibus lotado ou na rua não é muito recomendável, mas que importa, é preciso.

Sem óculos não dá

Meio grau de miopia parece pouco. Até é se comparado a outras doenças. Mas enxergar o destino do ônibus que vem ao longe? Não dá. Quando esqueço os óculos em casa é um tormento, só na adivinhação mesmo pra saber qual ônibus está chegando.

CONTINUA...

domingo, 14 de setembro de 2008

Como é doloroso ver quando todos estão cegos. Em suma, é isso que a obra “Ensaio sobre a cegueira” nos sugere. A metáfora idealizada pelo português José Saramago chegou aos cinemas brasileiros na última sexta (12) e tem tudo para alcançar um público bastante considerável. No Reserva Cultural, à Avenida Paulista, longas filas se formaram a cada exibição durante a noite de sábado.

O desafio a que Fernando Meirelles se propôs foi ousado. O livro de Saramago é genial, tanto pelo enredo bem como por causa de sua estrutura – daí a grande dificuldade: adaptar ao cinema a linguagem literária peculiar e original. Para quem leu o livro, ficava a curiosidade e a idéia de que o diretor brasileiro não daria conta do recado. Meirelles prova o contrário e comove a todos com uma obra cinematográfica que representa muito bem o livro de Saramago.

É importante não perder de vista as diferenças óbvias entre as duas plataformas e suas linguagens. Por essa razão, mesmo que seja inevitável comparar em igualdade de condições as duas obras, é fato que diretor e o escritor têm recursos diferentes em mãos.

Basicamente, o filme apresenta quase todos os eventos passados na obra literária. Os atores principais souberam representar com muita emoção cada personagem. Julianne Moore encabeçava o elenco que ainda conta com Mark Ruffalo, Alice Braga, Danny Glover, Gael García Bernal, Sandra Oh, Katherine East e Scott Anderson.

O longa tem locações em São Paulo, Montevidéu (Uruguai) e Toronto (Canadá), no entanto, a cidade da trama é fictícia. A produção é de Andrea Barata Ribeiro e Niv Fichman, Sonoko Sakai. César Charlone acertou na fotografia que é um tanto ousada e nos remete todo o tempo ao mar branco que é a cegueira das personagens. O tom de suspense da trilha sonora, de Marco Antônio Guimarães, completa o clima angustiante do filme.

Bem dirigido, a "grande lição", digamos assim, do longa-metragem, passa longe dos aspectos formais. O enredo de Saramago incita à reflexão ao passo que foge da ficção científica; não há respostas mirabolantes para o fenômeno da cegueira contagiosa. Há sim as causas que a levam quando transposta para a vida real: estamos todos cegos. Não vemos a desigualdade, não nos mobilizamos com problemas sociais nem ambientais. Somos cegos para ver a riqueza da simplicidade.

Por outro lado, o filme aponta para a dor de quem vê, a angústia de sentir as mãos atadas em meio a uma sociedade que só tem olhos para o espetáculo patético em que vivemos.

"A cegueira é uma desculpa para revelar nossa ignorância. Como a gente não se enxerga, não enxergamos o outro e somos primitivos na verdade", explica o diretor. Na ocasião do lançamento no Brasil, Meirelles ainda comenta sobre as possíveis reações do expectador, que, naturalmente, coloca-se no lugar das personsagens e pensa no que faria se a epidemia realmente nos atingisse; qual seria seu comportamento numa sociedade onde ninguém mais pudesse ver. Lembrando que o filme abriu o Festival de Cannes em 2008, tendo sofrido muitas críticas pelos franceses.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Convite: Revelando São Paulo

O Revelando São Paulo é um festival de cultura tradicional que acontece há 11 anos; no dia 12 de setembro será realizado no Parque da Água Branca, aqui em São Paulo -- a festa segue até o dia 21 deste mês.

Em 2008, o festival passou Iguape, Franca, Bauru, Ilha Solteira e volta a São Paulo, onde a festa se originou. A realização fica por conta da Secretaria de Cultura do Estado e a produção é da Abaçaí Cultura e Arte - Organizaçao Social de Cultura.

Dizer que o evento revela a cultura tradicional paulista pode não ser muito auto explicativo. Para se ter uma idéia, faz parte da cultura de nosso estado as manifestações folclóricas como o moçambique, a congada, a cavalhada, os bonecões... O que não significa que elas aconteçam só em São Paulo; pelo contrário, esses folguedos têm origens na europa, na áfrica e são celebrados em outros estados do Brasil.

Não só este folclore faz parte da festa, a gastronomia e o artesanato também são representantes da cultura tradicional. A galinhada, por exemplo, pode ser tipicamente caipira. Quanto às peças feitas de forma artesanal, a variedade é grande. Tem até boneco de espiga de milho.

A proposta do RVSP é a seguinte: fomentar a cultura da região onde o festival é sediado. Isso significa que quem se apresenta nas cavalhadas, faz a galinhada e as peças de cerâmica são os moradores da região onde a festa acontece. O mais legal é saber que quem participa do Revelando mostra sua arte, seu ofício, sua paixão. Não são atores contratados para representar nossa cultura, ela faz parte de suas vidas.

Conheço bastante sobre o Revelando São Paulo porque trabalho junto com o grupo Abaçaí na divulgação do evento. Só que mais do que promover o festival, quero é deixar um convite, pois acredito de verdade que a iniciativa seja muito bacana. É isso, RVSP no Parque da Água Branca de 12 a 21 de setembro.

domingo, 3 de agosto de 2008

José Saramago, eu gosto de você

Achei "Ensaio sobre a cegueira" numa prateleira alheia. Ainda bem! Um daqueles livros que a gente pensa: "poxa, preciso ler um dia". Ainda bem! Logo que folheei as primeiras páginas não quis mais parar (clichê?).

A forma como Saramago escreve me fascinou de cara. A ousadia de se estender quase sem divisão de parágrafos. A ausência de travessão para indicar a fala, os diálogos ali divididos apenas por vírgulas e notados devido à letra em capitular. Genial! Bem menos maçante do que parece.

Como em quase todos os livros, o início me prendeu, já no meio estava cansada, até que veio o clímax, pra que eu continuasse a ler o mais rápido que consegui até o final. A falta de nome próprio aos apersonagens, o enredo muito original, a capa de ficção científica sobre um assunto que tem muito mais a ver com filosofia, psicologia, sociologia... A espera por um final que a gente sabe que não vai chegar e mesmo assim não se deprime.

Simplesmente porque não se trata de um filme hollywoodiano futurista em que as explicações são dadas ao longo da estória, mesmo que não façam o menor sentido, mas apenas saciam o espectador ansioso por respostas. "Ensaio sobre a cegueira" discute muito mais do que um fenômeno físico catastrófico, mas um fenômeno mental e social que passa despercebido.

Saramago, a saga

Ao terminar "Ensaio sobre a cegueira" a sensação era de quero mais. Pela mesma pessoa que me veio às mãos esse livro, chegou outro do escritor português: "Intermitências da morte". Não contive a empolgação, tão logo não pude conter a decepção.

Ao contrário da versão que eu havia lido de "Ensaio sobre a cegueira", a edição de "Intermitências da morte" não sofrera ajustes para o português brasileiro. Demorei a perceber isso e o quanto estava dificultando minha leitura. Por mais genial que a obra e o autor sejam, fica mais difícil e desinteressante ler quando não se entende algumas palavras. Foi o que aconteceu também quando li Mia Couto, o enredo era maravilhoso, mas minha ignorância quanto ao português moçambicano atrapalhou muito a leitura.

No caso de Saramago percebo que foi um erro ter emendado duas obras do mesmo autor dessa forma. Até por isso, acabei intercalando uma outra leitura. O enredo de "Intermitências da morte" é muito original e serve pra gerar aquele mesmo desconforto que nos chama a refletir, caractérístico das obras de Saramago. No entanto, a euforia da descoberta de um novo estilo havia passado. Eu conhecia a maneira como o autor escreve, sabia que a não ser que o enredo me prendesse, seria difícil ler a obra com tanta voracidade. Os mesmos parágrafos que ocupam uma página toda ou até mais estavam ali, as falas marcadas por vírgulas e letras maiúsculas também. E as expressões populares, os provérbios? Tão presentes quanto em "Ensaio sobre a cegueira". A diferença é que o enigma de "Intermitências da morte" me exigia muito mais capacidade de imaginção do que pude ter, foi por isso que de certa forma me decepcionei. É sempre desconfortável "falar mal" de um bom autor, mas justiça seja feita, livros não se restringem ao talento de quem os escreve, mais importante ainda é a mente que os lê.

***
A capa da nova edição de "Ensaio sobre a cegueira" é uma cena do longa de Fernando Meirelles. Mas que absurdo! Não sei se o filme é bom ou não, mas acredito que não conseguirá ser tão genial quanto o livro, apenas porque o enredo parece muito mais coerente se escrito apenas, pois a imaginação é essencial ferramenta. Enfim, não concordo com a mudança da capa simplesmente porque a antiga ilustração é genial, assim como em "Intermitências da morte". Realmente, preciso pesquisar mais sobre essas ilustrações, quem as fez e etc, pois nunca havia visto capas tão boas!



Se alguém me entender um dia ganha um halls verde

Tantas opções. E isso não é bom? Como não seria? E é. E não é. Mas é sim. E não é também. Pára tudo.... Para tudo. Pára não. Deixe estar.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Vamos falar sobre ética na imprensa! (eeeeeca!)

Vamos discutir algo por aqui. Provavelmente não seja a preocupação número um (nem número dois, três...) o assunto sobre o qual me proponho a comentar: imprensa. Tá, pra mim é super interessante e prazeroso -- nem tanto --, falar sobre isso, já que estudo jornalismo e pretendo trabalhar no meio (se Deus quiser). Contudo, o autor do livro que me inspirou a fazer este texto traz uma questão indiscutível: o que diz respeito a mídia, também é de interesse do cidadão, qualquer que seja sua profissão. Isso mesmo, por mais que o assunto pareça distante ou irrelevante para muitos, pelo contrário, é preciso discutir a conduta e a ética não só entre jornalistas, mas com toda a sociedade. Sei que não estou falando para toda a sociedade -- em potencial, até que sim -- mas os poucos amigos que entram aqui já me bastam.


Neste primeiro post pretendo ser breve, quero comentar o livro Sobre Ética e Imprensa (esse mesmo sobre o qual eu falei ali em cima). O autor dele se chama Eugênio Bucci e a publicação é de 2000 (saiu pela Editora Companhia das Letras). Na época, Bucci trabalhava na Abril (tá, então há o que se questionar no discurso dele), ainda assim a abordagem que o jornalista faz é muito interessante. Bastante gente acha e sabe que existe manipulação das notícias no discurso da grande mídia, mas o que nem tantos sabem é como essa influência se dá e em que medida. É por isso que livros como o de Bucci são importantes, eles entram em cena pra nos mostrar pontualmente algumas situações nas quais a manipulação foi tão deliberada a ponto de mudar traços da História e da sociedade. Além disso, ele justifica também que nem tudo é tão deliberadamente manipulado pela publicidade, por exemplo. A independência editorial, em certa medidade dependendo do veículo, existe sim e deve ser defendida com unhas e dentes.

Peraí, do jeito que estou falando parece que o livro é de um porra-loca esquerdista que critica e crucifixa (desculpem-me pelo termo) o comportamento da mídia. Não é bem assim, dêem-me outra chance. Bucci é um jornalista respeitado que, inclusive, escreve para o Observatório da Imprensa (não deixem de conferir o site, é muito bom). No entanto, ele não é de esquerda, pelo contrário, no livro mesmo se situa no cenário liberal e toma um veículo de imprensa como emprensa e tal qual, segue as regras do mercado e do sistema. Por essa razão, talvez, que o texto se torne tão interessante, pois Bucci está discutindo um tema que conhece a fundo e de perto, além disso ele toma como base o que considera real. Ou seja, por mais que seja sua visão, o autor tenta ao máximo encaixar sua análise com base no que realmente acontece e propõe soluções dentro do sistema. Acredito que Bucci tenha cumprido seu papel de maneira satisfatória, mais do que isso, enriquecedora.

Agora chega, senão ninguém lê o texto todo -- conheço meu leitorado (não estou diminuindo vocês, que fique bem claro, é que eu sei o quanto tá chato isso aqui!!!)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

-- Por que você tem que ser sempre tão irônica?

-- Porque sim, ué.

-- Pra mim, ironia é a arte de dizer sem falar, quando se tem medo de dizer o que pensa, aí você acaba brincando, ironizando, não é?

-- Derrr, nada a ver.

-- Então o que é?

-- Ironia? É um estilo de vida.

domingo, 13 de abril de 2008

Dessa vez tentarei escrever para você, leitor (risadas)

VISTO QUE, eu tenho sido - durante toda minha vida, quem sabe - alguém um tanto egoísta (egocêntrico, egoalgumacoisa) e, portanto, acabei imprimindo aqui sempre percepções a respeito do que eu estava vivendo, ufa, resolvi (tentar) mudar!

Portanto, hoje nada de "eu acho que a vida, blábláblá". Hoje eu falarei sobre algo que não faz parte do meu mundinho!

É... Assim como qualquer ato de mudança, quebra com o anterior, está sendo complicado arranjar esse outro tema...

Sinto muito, mas acabei de descobrir algo!

Fugir de si mesmo?

Não rola...

Sendo assim, vou postar a notícia sobre a visita do dirigente do MST à faculdade. O tema é bastante interessante, quem quiser ler mais entre aqui: http://www.facasper.com.br/jo/notas.php?id_nota=648


Para dirigente do MST, a maioria dos jornalistas é ignorante


Em entrevista coletiva, Stédile ataca a grande mídia diversas vezes

João Pedro Stédile, dirigente dos movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e da Via Campesina, mais uma vez gera polêmica durante entrevista coletiva concedida aos alunos da Faculdade Cásper Líbero. Para explicar a afirmação controversa de que os jornalistas sejam ignorantes, o dirigente alegou que a cobertura feita pela grande imprensa sobre as ações do MST seja deturpada.

Segundo Stédile, alguns jornalistas já lhe confessaram receber orientação para utilizar o termo “invasão” ao invés de classificar como “ocupação” as mobilizações do movimento. “Existe uma grande diferença entre os termos que é codificada na lei”, afirma o dirigente. Ele explica que as ações do MST buscam através da ocupação de um território pressionar o governo a atender reivindicações do movimento, o que não se caracteriza como “invasão”.

O evento aconteceu na última quarta-feira, 9 de abril, na própria faculdade e contou com a participação de cerca de quarenta estudantes. Em quase quatro horas de conversa, o entrevistado ainda afirmou que “os jornalistas estão imersos num cenário oligárquico que é o da mídia brasileira”.

Stédile chegou a classificar a Editora Abril como "fascista"; e mais, brincou que Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, falecido em 2003, estaria no inferno há muito tempo. Diversos temas ainda foram abordados durante a coletiva, na qual o dirigente chegou a explicar como se dá o processo de assentamento das famílias quando as fazendas são desapropriadas; Stédile falou ainda sobre a recém finalizada greve dos ruralistas na Argentina gerada pela medida protecionista da presidente Cristina Kirchner, além de explicitar sua opinião sobre o governo Lula.

"O governo atual não é de esquerda, nem popular, isso se deve ao fato de não ter sido eleito pela mobilização das massas", disse Stédile. "Se Lula tivesse chegado ao poder em 1989, aí sim talvez teríamos mudado algo", referindo-se às eleições que tornaram Fernando Collor presidente do país na época.

Foi abordada incessantemente a posição do MST no cenário político. Stédile afirmou várias vezes que o movimento é autônomo e assim deve ser para ter voz e respeito. Não há interesse por parte dos militantes em ocupar cadeiras no Senado ou na Câmara, por exemplo. "Por favor, não queiram nos prostituir", ironizou o entrevistado.

O caso sobre a suposta invasão do MST à fazenda, na cidade de Buritis (MG), dos filhos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a ser comentado. O fato aconteceu em março de 2002 e obviamente gerou muita polêmica no momento. Stédile se defende afirmando que o ato aconteceu por causa de infiltração, ou seja, alguém que não fazia parte do MST acabou influenciando os outros integrantes a realizar a ocupação. O dirigente afirma ter descoberto o envolvimento de policiais federais que estariam infiltrados no movimento – lembrando que o fato aconteceu em ano de eleições presidenciais.

Stédile foi questionado sobre qual seria a solução para a ignorância da mídia, problema levantado por ele no início da coletiva. O entrevistado afirmou que o jornalista é apenas ferramenta da grande imprensa e ainda, que a solução para os problemas sociais não estaria em uma classe ou na vontade pessoal, mas na mobilização da camada mais ampla da sociedade. O dirigente ainda afirmou que as ações do movimento não visam à cobertura dos meios de comunicação, mas à solução do problema pontual que as famílias ocupantes têm.
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A entrevista concedida por Stédile foi interessante, no entanto, ao mesmo tempo em que o digirente mostrava uma posição sóbria, boa articulação e idéias válidas, foi possível econtrar o que contestar e questionar a respeito de diversos posicionamentos tomados pelo entrevistado. Algo puramente natural. O que não vale é se apegar à figura que Stédile é (ou que representa) ao invés de se concentrar em suas idéias.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Nova rotina, novas angústias, como não?

Eu pensei que fosse mais fácil, mas também achei que seria mais difícil. É tanta confusão, mas o problema e a vantagem é que se trata de confusão fresca, novinha em folha. O que fazer? Parar de ter devaneios sem sentido (redundância?). Exatamente, por (h)ora, é isso.

É fato que o sushi do almoço continha substâncias esqusitas, isso é fato.

sábado, 15 de março de 2008

Tudo está em permanente MUDANÇA.

Toda beleza humana, tanto a do próprio ser como a de tudo que é criado pelo homem, é transitória e de curta duração.

A idéia de que NADA tem valor diante da VORACIDADE DO TEMPO, e o não-apego devido à transitoriedade são comportamentos condenados por Freud. Segundo o psicanalista, a não duração representa um estímulo a mais para amarmos e apreciarmos coisas e pessoas ENQUANTO EXISTEM.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Sou menina. Eu brincava de jogar bola com os meus dois irmãos na rua, soltava pipa de vez em quando com o meu pai, dava nomes pras bonecas e tinha aquela que chamava de minha filha, a Mili - isso mesmo, igual à chiquitita. Nos eventos da família, via as mulheres preparando a comida, pondo a mesa, lavando a louça, falando sobre quem casou, quem morreu... Eu via os homens também, bebendo cerveja antes e depois do jantar, falando sobre futebol, comentando a respeito de suas mulheres.



Sou mulher. Gosto de jogar videogame, apesar de não saber muito bem como fazê-lo. Eu ligo pros meus pais sempre pra pedir conselhos, pra pedir a permissão deles em tantas decisões que tomo. Brinco de lutinha com os meus irmãos e fico puta quando não me deixam entrar no time de futebol da rua. Minha mãe sempre tenta fazer meu prato preferido quando volto pra casa; ela e meu pai ainda cuidam de mim, mesmo longe. Ah, eu também trabalho e estudo. Fico decepcionada, eufórica, animada, cansada e tenho sono, mas tanto sono às vezes...



Sou gente. Dificilmente consigo dizer não ao cara todo sujo, que está sem tomar banho há sei lá quantos dias que me aborda dizendo "me dá um pedaço do seu lanche?". Quando algum amigo fica triste, eu tento resolver seus problemas, dar conselhos, ouvi-lo. Eu sinto raiva às vezes, tenho mágoas que não saem do peito. Ah, também me sinto impotente, fraca e dimuída com frequência. Eu caio, eu me levanto, eu tropeço, bato a cabeça, choro um pouquinho, faço uma manha e já estou bem de novo. Eu digo que sou feliz e sou mesmo. Eu amo, amo muito, amo sempre.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Tenho dois textos muito bons aqui, nao sao meus, mas de um amigo! Leiam... Otimas reflexoes... Como estah escrito ali ao lado, este eh um espaco de expressao, sao sinceros e genuinos os pensamentos a seguir, isso eh o que importa.
(Desculpem-me pela falta de acentuacao, ah, esse keyboard in English ainda me mata!)

Escrevendo, mas... Escrever o que? Resolvi escrever literalmente apenas o que estou pensando, ou semi-literalmente pra ser mais exato, e semi-literalmente estou com saudades, mas... De quê? Será da vida antiga, não posso reclamar, muito menos das oportunidades, das chances, do amor em si, ao qual eu sou muito grato, e o amor do qual falo é mais, é amor platonico, aquele não humanizado, aquele endeusado, aquele em forma de coisa e de nada, que geralmente vem e completa a gente, nos enche... Falo mais pretensiosamente que tudo, porque tem situações, como a minha, agora, em que pareço mais uma perfeita e sincronizada confusão, isso mesmo, os dois adjetivos juntos... Acho que sincronizada e perfeita, porque a confusão é minha, e o mais importante, é o que você faz, o que mais aprende com a vida é que ela não te guia propriamente dizendo, ela te dá problemas e caminhos, dá oportunidades e no final algumas você percebe o quanto disperdiçou, ou mesmo não aproveitou o suficiente. Se arrepender nos dias atuais de indecisão é muito comum, mas no final, no final que você quiser, a vida será mais como um copo de refri (cerveja pra boêmios), um cigarro e uma janela, um caderno e uma caneta, e você percebe que nada mais importa, pois temos muitos finais, não mais que paz no coração. Como uma atividade bem desorganizada escrevo, e terminando estou... Entendo.


Segundo texto

Vamos lá, tentar escrever um pouco sobre a paz no coração.....Acho que, a tal paz no coração é mais uma conquista do que qualquer outra coisa. Eu já tive essa paz, ela teve até nome uma época, mas isso tudo (nada) não é por ela não, mas por algo maior. Hoje em dia, não tenho mais vontade de chorar pelas coisas, e isso não representa em si, o famoso coração de pedra, não. Isso é na verdade um reflexo de um pouquinho de amargura, com o mínimo de calma e cautela, digo cautela, porque a gente não consegue mais confiar no próprio coração, e isso só se dá porque somos guiados pelo racional, muito, ao extremo. Não ouvimos, não sentimos.... Cinco sentidos é o caramba, se somar tudo mal temos um sentido, e isso também porque a idealização perfeita da vida é fracassada... Pensar em uma praia, com alguma coisa gostosa pra beber e um solzinho aquecedor é só mais uma forma comum de esquematizar a paz e isso não é ruim... Só um pouco contraditório... E a contradição se dá porque a verdadeira paz não existe, ela é mais uma ilusão que criamos no pós sofrimento, la no fim do dia, quando precisamos dela, e assim como a minha paz louca ta sendo escrever isso. Isso significa que estou mandando você parar de procurar sua paz, mas pra deixar rolar, mesmo sem entender nada, pois não é auto-ajuda, mas é liberdade, pura nua, crua... Como queira. Porem não entenda por satisfazer todos os seus desejos imediatos... Uma solução... Mas sim parar pra pensar neles...e ser menos racional, por favor. Quando conseguir isso, me avisa pra tentarmos chegar nessa paz junto...viu....

PS.: Paz pode não ser e não é... Simplesmente... Horizonte bonito mais longe que podemos ver... Mas aquele o qual realmente vemos... Paz também não é folha de caderno cheia.... oo se não...