domingo, 2 de setembro de 2007

Ritmo, moda e poesia

(Bom, antes quero explicar que este é um texto que fiz pra faculdade, gênero descritivo. Desculpem, mas foram a falta de ter o que postar e ainda assim a vontade de fazê-lo que me levaram a botar isso aqui haha! A pauta é antiga, mas o que vale é a vontade de manter o tabuleiro atualizado).


Ritmo, moda e poesia
A segunda noite da Virada Cultural de Campinas mostrou a qualidade com que a prefeitura organizou essa manifestação artística gratuita, coube ao Cordel do Fogo Encantado fechar o que foi considerado um grande sucesso de público

O sol ainda brilhava quando as primeiras pessoas começaram a chegar à Estação Cultura para mais um dia de atrações. A maioria jovem, desleixada, tanto na maneira de se vestir como no comportamento; rapazes usavam cabelos com dreads, enquanto moças trajavam longas e coloridas saias, além de brincos de metal que tilintavam conforme o ritmo de seus corpos. Tratava-se da Virada Cultural de Campinas, em seu segundo e último dia, domingo (20/05), no qual a Estação Cultura recebia o público que esperava pelo espetáculo da banda pernambucana Cordel do Fogo Encantado. Por volta das 13h até às 19h – quando a banda subiu ao palco – todos dançaram e beberam ao som de MPB, espalhados ao longo de um corredor, ao lado do trilho por onde já passaram tantos trens de carga.

O palco estava bastante enfeitado, figuras de libélulas em tons pastéis faziam alusão à capa do novo disco, Transfiguração, da banda que logo estaria ali, o Cordel do Fogo Encantado. Enquanto o show não acontecia, o público perambulava pelas lojinhas rusticamente montadas ao longo do vasto corredor da antiga estação de trem. As mais variadas peças de roupa e de acessórios podiam ser encontradas. O trabalho de dezenas de jovens estilistas estava exposto, tratava-se do Mercado Mundo Mix, feira itinerante que reúne a produção chamada de alternativa da moda.

O clima era de tranqüilidade e descontração quando subiram ao palco os cinco integrantes: José Paes de Lira, Clayton Barros, Emerson Calado, Nego Henrique e Rafa Almeida. O Cordel do Fogo Encantado iniciou a apresentação tocando um de seus sucessos: “Palhaço do Circo Sem Futuro”, música de seu penúltimo disco homônimo. A platéia se agitou e passou a entoar as canções com uma disposição notável. Era possível perceber que muitos já eram fãs da banda há um bom tempo, cantavam fervorosamente as letras poéticas, as quais retratam as dificuldades e prazeres de se viver na seca nordestina. Os brincos de metal usados por tantas fãs produziam um som à parte, ritmado com os batuques e atabaques dos percussionistas da banda.

O Cordel, como é chamada pelos fãs, é uma banda que nasceu há dez anos em Arcoverde (PB). No início tratava-se de um grupo teatral, mas devido à adesão dos últimos integrantes, Rafa e Nego Henrique, acabou se tornando uma banda musical. No entanto, o caráter performático do grupo não desapareceu, visto que suas apresentações são conduzidas com intensidade e expressão pelo vocalista Lira Paes.

No encerramento da Virada Cultural de Campinas, que contou com diversas atividades na cidade durante o final de semana, o Cordel ocupou majestosamente o palco em que o grande Tom Zé havia se apresentado no dia anterior. Em cerca de duas horas de show, a banda pôde apresentar algumas músicas consagradas e quase todas que compõem o disco recém-lançado. Estima-se que 30 mil pessoas tenham participado das atividades programadas pela prefeitura em vários pontos da cidade durante o final de semana.


Boa semana!

Nenhum comentário: