quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O caso do despreparado dos professores de PORTUGUÊS de certo colégio americanense


"Nossa mãe, o que é aquele
vestido, naquele prego?

Minhas filhas, é o vestido
de uma dona que passou.(...)"


Hoje na aula de Jornalismo Literário, o professor Heitor Ferraz leu o poema O Caso do Vestido, de Drummond. O mineiro que a gente conhece como um velhinho magro, careca e de óculos marcou minha trajetória como leitora. Os primeiros livros de poesia adulta que li foram dele. Eu tinha uns 11 anos, e a simplicidade de Drummond me encantava. Não precisava ser lá muito erudita ou ter tanta bagagem pra perceber que ali tinha muita beleza.

Voltando ao poema que dá título ao post, O Caso do Vestido me inspirou a fazer uma adaptação para o teatro durante o último ano do colégio. Gostava bastante de escrever os roteiros e bem pouco de atuar - sempre fui muito ruim, era e continuo sendo (ainda que menos) tímida.

Submetemos a peça à avaliação de uma banca de professores que nos diriam se a apresentação seria no teatro municipal (de Americana, onde estudava) ou se no próprio colégio (como dá pra perceber, uma posição menos glamourosa). Foi uma decepção. Não fomos aprovadas, e o que mais doeu foi a justificativa de uma professora de português, vejam bem, de PORTUGUÊS, que disse: "No ano passado já tivemos uma peça com esse enredo, O Vestido de Noiva".

Aos 17 anos eu já sabia que esse texto é de Nelson Rodrigues e é uma peça e não um poema como o de Drummond! Infelizmente, a professora de PORTUGUÊS não sabia... Sabia muito menos que os enredos só tinham algo muito pequeno em comum: o vestido. Porque as histórias são bem diferentes.

ai, ai, desabafo!

* Sobre eu deixar de divagar publicamente ou colocar minhas inquietações aqui: era brincadeira! Já voltei atrás!

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