quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Muito mais dúvidas que respostas

A crise financeira desencadeada pela bolha no mercado imobiliário estadunidense é a ordem do dia. Veículos de comunicação falam sobre o assunto incessantemente.

Afinal, o capitalismo já mostrou há muito que opera de forma cíclica, com altas e recessões. Desta vez, o cerne da situação não se difere tanto de outras crises já enfrentadas: desregulamentação em "excesso" e fraca participação do Estado na economia podem resultar em problemas.

Ainda assim, não se fala em recessão, apenas em queda do crescimento das economias mundiais, especialmente dos países desenvolvidos.

No Brasil, o governo tem atuado pontualmente. A última é a tal medida provisória que autoriza o Banco Central a comprar carteiras de títulos privados dos bancos.

Novas medidas para atenuar a crise de crédito no Brasil. O BC também atua na batalha contra a escalada no dólar: venda de dólares. Injetando cada vez mais dinheiro na economia, são mais de 60 bilhões desde o agravamento da crise.

O economista Raul Veloso destaca que mais do que injetar dinheiro, o governo precisa conter gastos e aumentar sua poupança, para que sobre mais dinheiro para investimentos produtivos -- já que a fonte internacional estará bem mais escassa.

O intuito é que o BC atue de forma mais efetiva no mercado financeiro, o que é tendência atual: intervenção do Estado a fim de amenizar as perdas da crise.

O bom desempenho da economia durante o governo Lula pode estar em jogo. A oposição atribui as conquistas ao cenário internacional favorável. Agora veremos se os bons números se mantêm, ou pelo menos não caem tanto. A dúvida é se estamos tão bem preparados para atravessar esta situação como as autoridades insistem em afirmar.

Do outro lado, Bush garante que o pacote aprovado na última semana começará a render frutos em breve, muito breve. Novos bancos nos EUA podem quebrar. A falta de confiança impera no mercado mundial. O dólar sobe com muita força e isso logo deve se refletir na inflação brasileira, que até setembro vinha baixando (no caso do setor alimentício).

Última ação de bancos internacionais: baixar as taxas básicas de juros numa ação cordenada pelos BCs em 20 países. Talvez a questão não seja apenas de preço, mas de desconfiança. Por isso, pouco se alterou nas bolsas desde a medida.
We'll see... we'll see.

Um comentário:

Unknown disse...

Daniela,

Meu nome é Fernanda e vim contar como conheci seu blog e como um texto dele me deu forças ontem para organizar minha mente. O que não é fácil, já que sou por natureza, um alguém insatisfeito e em busca de mudanças.
Procurei no mestre google um trecho de um livro que gosto bastante: "On the road", e apareceu seu blog na primeira página de minha busca. Exatamente o mesmo trecho.
O li de cabo a rabo e encontrei "Nada de título por hoje". Foi realmente tocante. O negócio é sincero, bem escritinho, honesto. E eu, que estava precisando de um pingo de honestidade para comigo mesma, fiquei sensibilizada e tomei o impulso de fazer uma coisa que não fazia há 19 anos (tenho 20). Fui à igreja. Não por Deus, não pelo padre, pela madre, pela cruz ou pelo cálvario de Jesus. Fui pela paz, pelo silêncio, fui para organizar, pôr a tralha em gavetas.
Pensei bastante em "sejamos ambiciosos por amor e alegria".
Enfim, fez valer o dia.

Outra coisa que preciso te contar é a coincidência. Já te conhecia.
Sou amiga de infância do Guilherme Augusto Miranda Maia. Na verdade, não temos muito contato. Falava bastante com ele na epoca em que namoravam. O Gui é um cara legal e o Mundo é bem pequeno. Até mesmo em rede.

Então é só.
Beijos e boa sorte em sua nova jornada.
Fernanda