Como é doloroso ver quando todos estão cegos. Em suma, é isso que a obra “Ensaio sobre a cegueira” nos sugere. A metáfora idealizada pelo português José Saramago chegou aos cinemas brasileiros na última sexta (12) e tem tudo para alcançar um público bastante considerável. No Reserva Cultural, à Avenida Paulista, longas filas se formaram a cada exibição durante a noite de sábado.
O desafio a que Fernando Meirelles se propôs foi ousado. O livro de Saramago é genial, tanto pelo enredo bem como por causa de sua estrutura – daí a grande dificuldade: adaptar ao cinema a linguagem literária peculiar e original. Para quem leu o livro, ficava a curiosidade e a idéia de que o diretor brasileiro não daria conta do recado. Meirelles prova o contrário e comove a todos com uma obra cinematográfica que representa muito bem o livro de Saramago.
O desafio a que Fernando Meirelles se propôs foi ousado. O livro de Saramago é genial, tanto pelo enredo bem como por causa de sua estrutura – daí a grande dificuldade: adaptar ao cinema a linguagem literária peculiar e original. Para quem leu o livro, ficava a curiosidade e a idéia de que o diretor brasileiro não daria conta do recado. Meirelles prova o contrário e comove a todos com uma obra cinematográfica que representa muito bem o livro de Saramago.
É importante não perder de vista as diferenças óbvias entre as duas plataformas e suas linguagens. Por essa razão, mesmo que seja inevitável comparar em igualdade de condições as duas obras, é fato que diretor e o escritor têm recursos diferentes em mãos.
Basicamente, o filme apresenta quase todos os eventos passados na obra literária. Os atores principais souberam representar com muita emoção cada personagem. Julianne Moore encabeçava o elenco que ainda conta com Mark Ruffalo, Alice Braga, Danny Glover, Gael García Bernal, Sandra Oh, Katherine East e Scott Anderson.
O longa tem locações em São Paulo, Montevidéu (Uruguai) e Toronto (Canadá), no entanto, a cidade da trama é fictícia. A produção é de Andrea Barata Ribeiro e Niv Fichman, Sonoko Sakai. César Charlone acertou na fotografia que é um tanto ousada e nos remete todo o tempo ao mar branco que é a cegueira das personagens. O tom de suspense da trilha sonora, de Marco Antônio Guimarães, completa o clima angustiante do filme.
Bem dirigido, a "grande lição", digamos assim, do longa-metragem, passa longe dos aspectos formais. O enredo de Saramago incita à reflexão ao passo que foge da ficção científica; não há respostas mirabolantes para o fenômeno da cegueira contagiosa. Há sim as causas que a levam quando transposta para a vida real: estamos todos cegos. Não vemos a desigualdade, não nos mobilizamos com problemas sociais nem ambientais. Somos cegos para ver a riqueza da simplicidade.
Basicamente, o filme apresenta quase todos os eventos passados na obra literária. Os atores principais souberam representar com muita emoção cada personagem. Julianne Moore encabeçava o elenco que ainda conta com Mark Ruffalo, Alice Braga, Danny Glover, Gael García Bernal, Sandra Oh, Katherine East e Scott Anderson.
O longa tem locações em São Paulo, Montevidéu (Uruguai) e Toronto (Canadá), no entanto, a cidade da trama é fictícia. A produção é de Andrea Barata Ribeiro e Niv Fichman, Sonoko Sakai. César Charlone acertou na fotografia que é um tanto ousada e nos remete todo o tempo ao mar branco que é a cegueira das personagens. O tom de suspense da trilha sonora, de Marco Antônio Guimarães, completa o clima angustiante do filme.
Bem dirigido, a "grande lição", digamos assim, do longa-metragem, passa longe dos aspectos formais. O enredo de Saramago incita à reflexão ao passo que foge da ficção científica; não há respostas mirabolantes para o fenômeno da cegueira contagiosa. Há sim as causas que a levam quando transposta para a vida real: estamos todos cegos. Não vemos a desigualdade, não nos mobilizamos com problemas sociais nem ambientais. Somos cegos para ver a riqueza da simplicidade.
Por outro lado, o filme aponta para a dor de quem vê, a angústia de sentir as mãos atadas em meio a uma sociedade que só tem olhos para o espetáculo patético em que vivemos.
"A cegueira é uma desculpa para revelar nossa ignorância. Como a gente não se enxerga, não enxergamos o outro e somos primitivos na verdade", explica o diretor. Na ocasião do lançamento no Brasil, Meirelles ainda comenta sobre as possíveis reações do expectador, que, naturalmente, coloca-se no lugar das personsagens e pensa no que faria se a epidemia realmente nos atingisse; qual seria seu comportamento numa sociedade onde ninguém mais pudesse ver. Lembrando que o filme abriu o Festival de Cannes em 2008, tendo sofrido muitas críticas pelos franceses.
2 comentários:
quando eu crescer
quero escrever como vc.
e não vi o filme ainda
estou assaz ancioso.
nacim
eu tb estou lendo esse livro, e queria saber o significado da imagem da capa... ainda não achei na net..
; )
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