sábado, 8 de setembro de 2007

Expressão e escrita são maneiras de pensar e quem sabe entender

Achei este texto aqui nos rascunhos do blog... Se hesitei em publicá-lo uma vez, não o farei mais. Mesmo sabendo que tem muita coisa a ser aprefoiçada, daria um artigo legalzinho, mas nem tanto. (Ele foi escrito em setembro).
A trajetória de minha vida até aqui é parecida como vive qualquer pessoa que pertença à hamada classe média, pacata. Pensar sobre isso me ajuda a entender o modo como eu formei as concepções que tenho hoje, minha criação foi uma grande influenciadora. Não digo que meus pais estudavam comigo aspectos da política e me diziam no que acreditar, mas eles me ensinaram quão boas ou más as pessoas podem ser, que acima de tudo ajudar e repartir são acões indispensáveis. Cresci no interior do estado, brincando na rua e convivendo. Minha família, como outras que conheço, atingiu certa ascensão social para chegar onde estamos e com isso fomos mudando algumas coisas na maneira como vivemos e encaramos o mundo.


Hoje, parecem a mim muito interessantes os conceitos que chamados de esquerdistas. Não sei dizer qual é minha posição política, mas espero sabê-lo logo. Na profissão que escolhi, o jornalismo, muito se fala sobre objetividade e distanciamento, ou seja, fazer parte de um partido político, por exemplo, soa como mau exemplo de conduta. Mas todo esse papo de imparcialidade está mais do que superado, é evidente e irrefutável que toda pessoa tem seu ponto vista, até mesmo para narrar um fato comum nós colocamos nossas impressões no discurso. Então, por que ainda falam em prezar a busca pela verdade? Porque querem nos fazer acreditar que ela existe, e mais ainda, a grande mídia tenta nos convencer de que é portadora e transmissora da tão venerada “verdade”.


Dizer que não gosto da Globo ou da Veja seria clichê demais; para mim o importante é entender o que essas empresas fazem e como influenciam seus consumidores. O problema não é só atingir um público grande, pois ser acessível é qualidade. A questão é ser tendenciosa, como qualquer publicação, e ser considerada oficial. O problema é se declarar prestadora de serviços ao público, quando na verdade, a grande mídia publica o quê e da forma que interessa aos seus anunciantes e à classe social que beneficia. O problema é fazer análise e emitir opinião sutilmente e falar que se está fazendo jornalismo informativo. O problema é denunciar corrupção só quando o inimigo a pratica. E acima de tudo, o problema é ser tão canalha a ponto de cometer “atrocidades jornalísticas” sem ser notada realmente até por quem tem alguma consciência política.


Meu pai acha a Veja legal porque ela denuncia, acha o PSDB bacana porque os candidatos são bem votados e ainda assim ele é um grande e generoso homem. Por que é que a forma solidária com que ele trata a vida e as outras pessoas não pode ser aplicada à política? Por que não chega a ele uma publicação de caráter humanitário e preocupado com a igualdade social? Ele lê Veja achando que está se tornando alguém melhor e mais informado, enquanto na verdade seus ideais de bondade estão sendo comprometidos e influenciados pela revista. Gosto de acreditar que existe alguma liberdade de expressão no país, mas não sei dizer o que é preciso ser feito para que meu pai passe a ler a Caros Amigos, o Brasil de Fato, ou quem sabe algum site como o Mídia Independente ou o Carta Maior. Não sei o que fazer para explicar-lhe o que está sendo feito com suas concepções pouco a pouco.


Eu penso que a grande mídia mente e nos distrai muito; porque enquanto nós ficamos aqui tentando apontar culpados no mensalão que sejam do PT, muita cultura e informação é perdida e deixada de ser absorvida - é claro que a questão é ainda maior, mas esse poderia ser um argumento. Ficamos cada vez mais carentes de informação com qualidade e buscamos o simples, grosseiro e gratuito, de preferência. Desaprendemos a gostar de ler e de entender as regras gramaticais, escrevemos cada dia pior, porque é dessa forma que lemos. Não somos influenciados a consumir cultura popular brasileira ou latino-americana, porque o enlatado está ali ao alcance mais fácil, mesmo. Não aprendemos a formular opiniões próprias sobre política, porque pouquíssimo entendemos a respeito, e o que o colunista de domingo diz é sempre certo e "tão bonito de ler".


Muitos dizem que a discussão sobre ser de direita ou de esquerda está cada vez ampla e mais complicada. Pode até ser, mas eu penso que enquanto “a massa” não souber nem aos menos o que os termos significam, de nada adiantará tanta discórdia. Até porque hoje não sabemos definir com precisão tudo o que cada posição implica. Não quero acreditar na história de que aos 20 é loucura não ser de esquerda, enquanto aos 40 é maluquice sê-lo. Gostaria que as pessoas entendessem o que a esquerda procura e que um regime socialista não é todo mundo usar o mesmo tipo de sabonete. Gostaria que pudessem compreender que movimentos sociais não são aglomerações de desocupados e que acreditar no diferente vale a pena.
Entendam que não tentei ser prepotente. De forma alguma, o que quero é apenas expressar minhas opiniões, por menos interessantes que elas pareçam a muitos.

Um comentário:

Rafael Cornachione disse...

é dani é complicado mesmo esse negócio de posição política, porque o ser de esquerda pode não representar por exemplo uma luta constante pelo socialismo, e isso já pode bater de frente com os próprios conceitos comunistas...tomos estamos inseridos na direito...e alguns tentam trocar de lado e outros tentam puxar mais gente consigo...é um tema de debate...bjs belo texto!